Como tratar as alterações na pele durante a gravidez

por Sonia Corazza

Durante a gravidez a pele da mulher muda também. Isso acontece através dos hormônios, que através de uma ação localizada e também sistêmica provocam alterações na hidratação, na vascularização e pigmentação da pele. Os principais hormônios envolvidos nisso são a progesterona e o estrogênio.

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A textura da pele, por ação estrogênica, se torna mais tensa, mais vascularizada, mais delicada e mais hidratada, pois existe um aumento da disponibilidade hídrica na derme e na hipoderme.

Existe uma tendência a um aumento da pigmentação na face, com a possibilidade do aparecimento de manchas escuras ou acastanhadas irregulares, de limites precisos, formando placas. No rosto ela se denomina cloasma gravídico, acometendo as bochechas e o nariz, podendo ocorrer na testa, no lábio superior e nas têmporas. Exige um cuidado especial quanto à sua prevenção, pois apesar de tender a uma atenuação pode até não desaparecer completamente após o parto. A exposição ao sol desencadeia esse quadro.

Algumas mulheres podem apresentar essas manchas mesmo fora da gestação pelo uso de anticoncepcionais. Nesses casos elas se denominam melasmas. A profundidade onde se localiza o pigmento cutâneo determinará o seu tipo: se epidérmico, dérmico ou misto. Quanto mais profundo, mais difícil será seu tratamento. Ao mesmo tempo aparece também um aumento na pigmentação da linha mediana do abdome denominada línea nigra e nos mamilos. A línea nigra não é uma estria. Ela tende a clarear após o final da gestação.

Estrias: até nos homens

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As estrias, famosas e temidas na gravidez, são causadas pela ruptura das fibras elásticas da derme causadas pela ação hormonal e pelo aumento do volume corpóreo. A tensão provocada pela distenção rápida da pele força as fibras de colágeno e elastina até que essas se rompam. Inicialmente elas são róseas e podem ser de extensão variada. As principais localizações são no abdome, nos flancos (quadris e coxas) e nas mamas. Com o tempo elas vão tornando-se mais claras até chegar a um tom esbranquiçado e perolado. Não existe cura, somente tratamentos paliativos.

É importante esclarecer que o componente genético conta muito na formação de estrias e que elas não são exclusivas de mulheres (grávidas ou não). Homens também desenvolvem estrias geralmente nas costas e nos braços, alguns até nos flancos. Novamente é importante prevenir dentro do possível. O controle do peso associado a uma boa hidratação da pele na gravidez (ou em todas as circunstâncias que possam levar a um aumento da tensão nas fibras elásticas) é a melhor estratégia. Mas, saiba que mesmo com todos os cuidados você ainda poderá desenvolver estrias.

Lembre-se que de qualquer forma o tratamento (microdermoabrasão, mesoterapia, laser,…) não poderá ser realizado durante a gestação. Observe que alguns cremes de última geração para tratamento de estrias contêm rutina na formulação. A rutina é um abortivo e está contraindicado para uso na gravidez. Se para você elas são um problema, após o parto e preferivelmente após o fim do aleitamento, procure um dermatologista para obter orientações corretas sobre como tratá-las de maneira adequada e personalizada. Você é única e merece o que há de melhor!

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