Frustração: aprende-se a lidar com ela?

por Regina Wielenska

Frustração é um sentimento que mescla tristeza, raiva e decepção, geralmente produzido por situações nas quais se perdeu algo, concreto ou abstrato, que nos era muito caro.

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Outra opção seria quando acreditávamos que iríamos conseguir algo muito desejado, certamente especial e não foi possível alcançar a meta tão ansiada. Faz sentido?

Crianças bem pequenas não sabem esperar, o choro desesperado significa uma urgência, seja por alimento, fralda limpa, aconchego. Não podemos deixá-las ao desemparo, o jeito é prover bons cuidados. Mas e se o choro desesperado de uma criança de quatro anos for por um presente que chegará apenas no Natal, e estamos ainda em novembro? Crianças nesta idade são verbais, e os pais deverão lhe ensinar a esperar. Alguns povos seguem a tradição do calendário do advento, a cada dia a criança pode retirar um pequeno doce do calendário, sinalizando a passagem dos dias em direção à celebração do Natal. Ela aprende a esperar por experiências como essas pela explicação dos pais.

Vai chegar a hora em que se aprende uma lição mais difícil, quando algo tido como garantido acaba não acontecendo. A viagem de férias no litoral ia acontecer, mas o pai perdeu o emprego. A criança que treinou muito bem na ginástica olímpica, mas não subiu ao pódio. Aprender que na vida há um grau de incontrolabilidade e incerteza é importante. De certo modo, é como se crianças e adultos precisem saber que as recompensas são para os que se empenham, mas que nem todos que se empenham acabarão recompensados.

A perseverança é um padrão de comportamento derivado de uma história de vida na qual as recompensas são intermitentes; há vezes em que se alcança uma meta, mas nem sempre os esforços serão reconhecidos e recompensados. Continuar a nadar é o jeito. Morrer na praia, jamais.

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