Acreditar nas suas habilidades é condição essencial para vencer

por Renato Miranda

Em texto anterior (veja aqui) sobre o desenvolvimento de nossa percepção em relação à capacidade pessoal de realização, obtenção de um determinado desempenho ou sucesso frente a um desafio, repercute em uma autoeficácia que nos permite sermos menos ou mais convictos sobre os limites próprios de habilidades para a realização de tarefas.

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Se tal pensamento é importante para os atletas não é menos importante para os ditos não atletas. Isso porque em todas as etapas da vida algum tipo de desempenho nos é exigido para nosso progresso e, portanto, desenvolver habilidades nos dá melhores condições de resolvermos problemas (desafios).

Como o esporte é um excelente cenário para entender melhor a importância da autoeficácia, principalmente quando observamos o comportamento de atletas em competição, detectam-se explicitamente os mecanismos que orientam o entendimento desse importante fenômeno.

Primeiramente, observe que de nossos pensamentos e sentimentos surgem necessidades (motivação) para construirmos determinados comportamentos duradouros. No caso de atletas, tente imaginar as motivações que impulsionam atletas de esportes de alto desempenho, por exemplo, a se dedicarem arduamente para serem cada vez melhores.

Um bom caso para visualizarmos esse exemplo, são os atletas das modalidades dos Jogos Olímpicos, que se entregam a uma rotina de vida duríssima para em um ciclo de quatro anos, colocarem todo seu potencial psicofísico "em jogo".

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Na maioria dos casos em disputas que podem ser decididas em uma fração de segundos, como é o caso da natação ou em uma prova de esqui alpino, ou então em um único gesto técnico (que resume o sucesso ou o fracasso), como em um ponto decisivo no vôlei ou tênis ou em um gesto de esgrima ou judô.

Do arquivo de memória desses atletas, surge a percepção de controle (quanto mais essa percepção de controle ABSOLUTO for, melhor) das habilidades técnicas (gestos!), táticas (ações!), físicas (energia) e psicológicas (emoções e pensamentos).

Quando um atleta "domina a situação de disputa" é sobre isso que estamos falando! Ou seja, a memória ao reverberar as possíveis habilidades estimula uma ótima percepção de desempenho. Talvez seja por isso, que a figura de um atleta experiente seja bem identificada como aquele que tem um número considerável de atuações memoráveis.

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Assim sendo, quando um atleta tem diante de si objetivo ou objetivos a serem atingidos, a sua autoavaliação sobre suas possibilidades não precisa ser necessariamente precisa. Mais significante é que essa resulte em uma convicção pessoal que ele (o atleta) possa vir a ter um alto desempenho.

Observe, porém que é fundamental entender que são os treinamentos de qualidade que estimulam o atleta a perceber que suas habilidades são suficientes para o sucesso. Em consequência prática ele terá condições de saber planejar, organizar e executar ações coerentes com os desafios apresentados.

O atleta ao ter coerência em suas ações aumenta suas possibilidades de sucesso, atinge objetivo e sustenta ainda mais seu nível de motivação em continuar a se aperfeiçoar (treinar). Nesse ponto poderia se dizer que tal como uma engrenagem sistêmica e complexa, sua memória novamente estará "alimentada" de novas experiências promotoras de percepções que estimularão convicções de um comportamento de sucesso (autoeficácia!) frente a um desafio predeterminado (competição).

Em conclusão, diria aos treinadores e demais profissionais do esporte: desenvolva as habilidades gerais dos atletas de forma sistêmica (corpo-mente integrados e inseparáveis!); só assim os mesmos terão a percepção que podem, com muita dedicação e esforço, aumentar seus desempenhos e quem sabe resolver um constante problema (desafio!) de suas vidas: vencer!