Sou católica e a família de meu marido é evangélica. Isto me traz muito sofrimento.

por Blenda de Oliveira

"Tenho passado por grande tortura e sofrimento. Tenho quatro anos de casada. Sou católica e toda a família de meu marido é evangélica. Meu esposo agora passa imagem de certinho é quer que eu me submeta aos costumes da família dele, inclusive, frequentando os cultos. Não aguento mais… Estou até pensando se seria o caso de em me separar. Não aguento o jeito certinho da família dele. Não sei o que fazer."

Continua após publicidade

Resposta: Posso imaginar como deve estar sendo desafiador viver o que tem vivido.

Questões relacionadas à opção religiosa são quase sempre incompatíveis de serem administradas sem conflito. O casal necessita estar bastante afinado para conseguir aprender a respeitar a opção que cada um decidiu fazer em relação à religião. Muitas vezes a escolha de uma orientação religiosa está carregada de crenças, valores, família de origem que, bem ou mal, conscientemente ou não, cobra dos seus filhos a lealdade de seguir o que por eles foi escolhido. Além dessas motivações há outras que são pessoais, quase sempre associadas às necessidades de segurança, de afirmação e de negar as grandes responsabilidades de se assumir como humano e falho.

Saiba como refletir sobre o problema

Pergunto-lhe se em algum momento você e seu marido conseguiram conversar de forma mais aberta. O objetivo não é atacar ou diminuir a orientação religiosa de cada um, mas encontrar os caminhos para o respeito das diferenças, sem que elas levem a condições de desigualdade. Ele tem o direito de seguir o caminho que optou, mas você tem igualmente a mesma liberdade para decidir quanto e como gostaria de participar ou não. Este é um tópico da conversa de vocês que tem relação com as opções em si.

Continua após publicidade

Outro aspecto que deve fazer parte da conversa de vocês, é sobre a necessidade que vocês como casal tem para cultivar maior privacidade e maturidade. Por algum motivo, seu marido precisa cumprir os acordos familiares de dar continuidade à ilusão que sua família, e ele, são "perfeitos" e "corretos". Sabemos que ninguém é e nem será! Quanto maior a busca da suposta perfeição, maior a insegurança!

Se não for possível conversarem juntos, procurem uma aconselhamento de casal para que consigam, com alguma intermediação, pensar em alternativas. Decidir por uma separação deveria ser uma decisão tomada com calma e depois de exaurida as possibilidades. Boa Sorte!