Como lidar com a disfunção erétil

por Arlete Gavranic

Estudo da agência de notícias da USP divulgado nesta semana, (16 de setembro 2008), indica que 35 % dos brasileiros entre 18 e 40 anos apresentam algum grau de disfunção erétil.

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Essa é uma das disfunções sexuais mais freqüentes na vida dos homens, principalmente a partir dos 40 anos.

O uso do termo “impotência sexual” é pejorativo e não deve mais ser utilizado para denominar a disfunção erétil, pois dá idéia de uma pessoa impotente na vida.

Hoje, a disfunção erétil tem tratamentos, médico e psicoterápico e o indivíduo pode voltar a ter uma atividade sexual satisfatória.

O que é disfunção erétil?

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A disfunção erétil é definida pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH), como “a incapacidade persistente de obter e manter uma ereção suficiente para uma função sexual satisfatória”.

A médica urologista e especialista em terapia sexual Sylvia Faria Marzano afirma que, em média, os homens levam cerca de seis anos, entre o aparecimento dos primeiros sintomas da disfunção, até buscar ajuda de um especialista. “Hoje, o preconceito é menor que há 10 ou 20 anos, mas ainda é muito grande o medo e a vergonha de muitos em procurar ajuda”.

Causas

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A disfunção erétil é uma doença multifatorial, ou seja, pode ser desencadeada por fatores psicológicos e orgânicos. Eventualmente os fatores psi e orgânicos podem ocorrer simultaneamente para o aparecimento ou manutenção do quadro da disfunção.

Os fatores psicogênicos (comportamentais) são: ansiedade, depressão, culpa, tensão, estresse, dificuldades no relacionamento do casal, insegurança (pessoal, marital, profissional) e o famoso medo de falhar no ato sexual. Nesses casos, o acompanhamento com um psicólogo ou terapeuta sexual pode ajudar na resolução do problema.

Entre os fatores orgânicos, estão: diabetes, hipertensão, cirurgias de próstata, alcoolismo, tabagismo, alto nível de colesterol, doenças vasculares, uso abusivo de maconha, cocaína, barbitúricos e antidepressivos, fuga de sangue no pênis, traumas físicos, distúrbios do sistema nervoso, distúrbios hormonais, efeitos colaterais de medicamentos, entre outros, como cita Dra. Sylvia Marzano. Esses fatores podem desencadear diferentes graus de dificuldade.

De acordo com pesquisa realizada pelo Projeto Avaliar, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 53,5% dos homens brasileiros com idade acima de 20 anos sofrem de algum problema de ereção.

Há dez anos chegaram no mercado medicações pró-ereção, via oral, para disfunção erétil. É necessária uma avaliação médica para ver qual o tratamento mais adequado, pois a automedicação traz riscos à saúde.

Dra. Sylvia Faria Marzano alerta que “um dos riscos diz respeito a uma associação que não pode acontecer de medicações pró-ereção com o uso de drogas vasodilatadoras para angina de peito (dor do infarto) à base de nitratos orais, pois nesses casos pode haver sério risco de morte.

E como se sente a parceira desse homem que está com disfunção erétil?

A primeira sensação da mulher é de culpa e medo, que ela possa ser culpada por não estar atraente, bonita, magra, jovem, e medo de que ele não goste nem tenha mais desejo por ela. Muitas mulheres se calam, se deprimem com a sensação de rejeição; outras esperam para ver se o 'problema' se resolve. Isso acontece por desconhecimento ou por medo de ofender o parceiro se falar sobre sua dificuldade.

É importante que essa parceira converse com seu companheiro, fale sobre a possibilidade de buscarem ajuda médica para que a relação do casal não seja comprometida ou se perca pelo distanciamento.

A percepção do parceiro de que sua companheira sente falta da intimidade sexual e está interessada em ajudá-lo a buscar ajuda, traz para esse homem uma sensação de apoio e de ser desejado. Isso muito contribui para sua auto-estima, confiança e o motiva na busca de tratamento.

Sintomas da disfunção erétil:

• Baixa confiança do parceiro em manter ereção
• Apresentar freqüentemente ereções com rigidez insuficiente para promover penetração; ou
• Dificuldade em manter a ereção após a penetração, e mantê-la até o final da relação sexual
• Sentir pouca satisfação com seu desempenho nas relações sexuais

Esse é o momento de conversar e buscar ajuda.

Consultar um urologista e ver se há necessidade de um tratamento médico ou se você pode se beneficiar com terapia sexual. Seja qual for a indicação para o seu caso, é importante ter clareza que há possibilidade de resgatar uma boa qualidade de vida sexual.