Desconfio que meu filho faça uso de ecstasy nas festas em que frequenta

por Danilo Baltieri

"Ele corre algum risco?"

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Resposta: Infelizmente, seu filho corre riscos devido ao consumo dessa substância. Esses riscos tendem a aumentar, especialmente se o “comprimido” de ecstasy estiver adulterado com outras substâncias o que é bastante comum, se a dose for alta e se ele tiver alguma doença pre-mórbida (doenças cardíacas, transtornos psiquiátricos, asma e bronquite por exemplo).

Essa droga age, principalmente, em uma região do cérebro que regula o humor e as emoções, produzindo uma sensação de euforia e aumento da disposição física, fazendo com que o usuário tenha a sensação de energia excessiva. Alguns estudos em animais têm mostrado que essa droga pode destruir regiões cerebrais produtoras de serotonina (o principal neurotransmissor relacionado com a regulação do humor), quando tomada em doses altas. Evidentemente, quando essa droga está “misturada” ou “adulterada” com outras substâncias psicoativas, as conseqüências danosas tendem a ser maiores.

Realmente, essa droga pode ser muito perigosa, quando tomada em doses altas. Efeitos como náusea, vômitos, contrações musculares involuntárias, aumento da temperatura corporal, efeito de “ranger” dentes são indicativos de superdosagem.

A elevação da temperatura corporal por longos períodos pode conduzir a danos na musculatura esquelética resultando em extravazamento para o plasma do conteúdo de células musculares (mioglobina, potássio, fosfato etc.), conseqüente falha do funcionamento do rim e morte. Conseqüências deletérias para o funcionamento cardíaco e cerebral têm sido amplamente relatadas (acidentes vasculares cerebrais, infartos cerebrais e cardíacos).

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Alguns autores têm sugerido que o consumo crônico dessa substância possa reduzir a capacidade imunológica do indivíduo. Entretanto, quaisquer aumentos das infecções que esses indivíduos apresentem podem estar também relacionados a outros fatores como: estado nutricional desses indivíduos, locais onde freqüentam, pessoas com as quais se relacionam intimamente, dentre outros.

Efeitos psiquícos como agitação psicomotora, comportamentos extravagantes e bizarros, alterações do conteúdo do pensamento podem acontecer e requerem sempre intervenção médica imediata.

Atenção!
As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psiquiatria e não se caracterizam como sendo um atendimento

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