Elas reclamam de pênis grande e pequeno. O que fazer?

por Sandra Vasques

1-) Tenho 24 anos e tenho relações sexuais desde os 22. No meu primeiro relacionamento tinha orgasmo pela penetração. Hoje, o tamanho do pênis do meu parceiro, por ser maior, doia no início, mas agora não dói mais. Mas não consigo ter orgasmo pela penetração e isto me incomoda.

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2-) Olá, gostaria de saber se é possível sentir prazer com um pênis muito pequeno, pois saí com um homem nessa condição e não consegui sentir tanto prazer, mesmo em posições que melhorariam a penetração. O que posso fazer? Estou gostando dessa pessoa.

Resposta: Lembram-se daquele dito popular: Não importa o tamanho da varinha, mas a mágica que ela faz…

Então, eu acrescento outro, que acabei de criar: Não adianta uma mágica muito boa, se não é essa que te diverte! Portanto, como será que o primeiro namorado se comportava, era mais carinhoso, prestava mais atenção ao que a parceira mostrava gostar, tinham mais sintonia, buscando posições que estimulavam de forma mais direta o clitóris, durante a penetração? Todos estes aspectos, desde uma boa comunicação até uma ação eficaz, podem influir para que o orgasmo aconteça durante a penetração. Mas que fique bem claro, que muitas mulheres não têm orgasmo dessa maneira, precisando da estimulação do clitóris – antes e/ou durante a penetração – e isso é perfeitamente normal.

Mulheres podem ter orgasmo a partir de diferentes qualidades e quantidades de estímulos. Assim como também é natural que com diferentes parceiros ela percorra diferentes caminhos para chegar lá.

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Interação tamanho do pênis e vagina

Quanto à interação pênis/vagina, vamos ver alguns aspectos físicos. A vagina, quando em repouso, é um canal virtual, pois suas paredes ficam unidas, e tem cerca de 7 a 10 cm. Quando a mulher se excita, em função do aumento do fluxo de sangue para os genitais, o seu tamanho pode variar e então ela se adequa a variados tamanhos de pênis. É claro que se o tamanho do órgão masculino for muito além ou aquém da variação normal, vai ser necessário adaptações. Para os maiores, posições em que o pênis não entre completamente na vagina; o homem também deverá ter mais atenção ao ritmo e intensidade dos movimentos para não machucar a mulher. Para os menores, buscar posições que facilitem a penetração e o estímulo conjunto do clitóris.

Se o casal quiser incrementar e variar de vez em quando, pode usar uma capa peniana que é vestida no pênis ereto, vendidos em sex shops, que produzem um pequeno aumento. Mas casos de problemas anatômicos são realmente a minoria.

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Quanto ao tamanho do pênis, a média, no adulto brasileiro, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, é de 12 cm a 14 cm. O tamanho normal pode variar entre 8 cm e 20 cm. Como a sensibilidade da vagina é maior no primeiro terço do canal, os homens não precisam ter pênis grande para dar prazer à mulher. Isso é puro mito que, aliás, atrapalha muito a cabeça de homens e mulheres que se sentem inseguros e se deixam influir por essa história mal contada.

E como hoje estou entre ditos populares e frases famosas, vamos a uma de Friedrich Nietzsche: “As convicções são cárceres. Mais inimigas da verdade do que as próprias mentiras”. Isso quer dizer que se alguém acreditar que um pênis de tamanho menor que a média não será capaz de dar prazer, por mais que anatomicamente seja uma grande mentira, em função da convicção, pode sim impedir a excitação.

Portanto, é preciso se libertar dessas amarras e dar mais valor às sensações do que aos tamanhos. Para completar e esclarecer, a circunferência média do pênis, durante ereção completa, é de 12,3cm em média, podendo, a maioria, variar entre 10 cm a 15 cm. Mas quero destacar que essas medidas variam de estudo para estudo, variam de acordo com a forma de medida, e também com a raça de origem da população.

Assim, se os parceiros não têm nenhuma medida anatômica muito fora da média, os descompassos não têm nada a ver com centímetros e sim com a maneira como os dois estão se relacionando.

Sexo exige comunicação, intimidade consigo e com o par, disponibilidade para viver o momento. Assim, se a maneira como os estimulos, carinhos, estão acontecendo não provocam excitação, se estão sendo rápidos demais, ou estão machucando, ou estão acontecendo de um jeito sem graça… Enfim, insatisfatório, então é preciso conversar sobre isso. Mas antes, é preciso uma conversa consigo mesma e pensar o que não está legal, do que não está gostando. Também é importante lembrar que o sexo é feito a dois e, portanto, é preciso se colocar também à disposição para ouvir e mudar e não só esperar por mudanças do outro.

Por fim, é preciso deixar claro para o parceiro/a que essa conversa não é uma acusação, cobrança ou desvalor, mas um convite para os dois descobrirem como podem ter mais prazer juntos. Quem tem coragem de falar, pode conseguir mudar o jeito como a transa acontece, quem não fala, só pode continuar se lamentando.