Como preservar a relação quando os parceiros são de religiões diferentes?

por Anette Lewin

"Quero sua opinião. Há condição de um bom relacionamento amoroso entre uma católica e um evangélico? Quais os cuidados para manter a relação?"

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Resposta: A crença religiosa, por si só, não pode ser considerada um empecilho para o sucesso da relação amorosa. O que pode atrapalhar é o significado da religião na vida de cada um.

Obviamente, se um dos parceiros é fervorosamente ligado a uma crença, seja ela qual for, e o outro encara religião de uma forma mais branda, problemas podem acontecer. Assim como pode haver conflitos no caso de dois fervorosos de religiões diferentes.

Mas, em geral, quando o casal é maduro o suficiente para conseguir se colocar no lugar do outro e respeitar suas escolhas, certamente a diferença de religião ou da intensidade do vínculo religioso de cada um pouco significará.

Aliás, em qualquer relação amorosa, as diferenças só de tornam um problema quando os envolvidos não entenderam as regras básicas do casamento. Principalmente a necessidade de rever seus costumes pessoais, seus vínculos, suas vontades e seus objetivos para que haja uma adaptação à vida em comum.

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Sim, porque ninguém que entendeu direito o que é um casamento acredita que poderá continuar vivendo exatamente do mesmo modo que vivia quando solteiro, não é?

No casamento existe a necessidade de negociar os aspectos que podem trazer brigas ou polêmicas. E cada um deve ceder um pouco.

No caso das diferenças religiosas não se pode esquecer que a religião baseia-se, ou deveria se basear, na fé e não na lógica. Nesse sentido, religião não se discute. Respeita-se. E um casal que professa religiões diferentes deve ter essa consciência antes do casamento e organizar-se com relação às atividades religiosas das quais pretendem participar. Porque, obviamente, se alguma divergência ocorrer, certamente não será em função da oração individual de cada um, mas dos costumes comunitários inerentes à cada crença.

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Não se pode esquecer tambem que a religião para muitosé uma espécie de refúgio para as angústias pessoais. Quando as pessoas se casam e o casamento vai bem, pelo fato dos envolvidos se sentirem mais seguros, mais completos e mais preenchidos essas angústias tendem a diminuir e a religião passa a desempenhar um papel mais brando em suas vidas.

Outro aspecto a ser levado em conta, é a interferência da familia original dos cônjuges em casamentos mistos. Muitas vezes, embora o casal se respeite, a familia de origem faz pressão contra, criando situações difíceis e reproduzindo a velha guerra de clãs a que costumamos assistir nos filmes de época.

Conciliar diferenças nunca foi uma tarefa fácil. Mas é o principal desafio de quem encara uma vida a dois. E o respeito entra como um dos principais elementos dessa empreitada.

Quem conseguir respeitar a crença religiosa do seu parceiro mesmo sem entendê-la ou concordar com ela certamente estará dado um passo importante em direção a uma relação amorosa bem-sucedida.