A fronteira entre o saudável e o exagero das atividades físicas esporádicas

Da Redação

Sol a pino, praia, roupas curtas. Para se adequar às características de umas das estações mais esperadas do ano e não fazer feio por ai, muitas pessoas buscam definir músculos e desfilar corpos exuberantes, um desejo que se reflete nas academias por todo o país.

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Os chamados “malhadores de verão“ lotam os terrenos fitness nos meses anteriores à estação do calor e encaram cargas que superam seus limites. Por conta disso, muitos sofrem lesões graves, sentem dores e como resultado abandonam a atividade antes mesmo de se habituar a ela.

De acordo com a médica do esporte Renata Castro, o esforço excessivo a curto prazo não é receita de sucesso para ninguém. As dores musculares generalizadas são as queixas mais comuns, seguidas de lesões provenientes da aplicação sobre as articulações de cargas altas.

As dores lombares também estão no ranking de reclamações dos sedentários que mal estão acostumados a andar e já querem correr. “Há uma fronteira entre o exagero e o saudável. Para saber se você ultrapassou esse limite basta avaliar como se sente no pós-exercício. Se não existe a capacidade de praticar a atividade no dia seguinte é certo de que houve avanços inadequados”, explica.

Nesses casos, o afastamento do treino é a solução imediata, em alguns casos, com a necessidade do uso de anti-inflamatórios. “E aí podem surgir as consequências inerentes aos medicamentos”, completa. Recomenda-se para uma vida saudável, no mínimo, 30 minutos de exercício aeróbico por dia, 4 vezes por semana. E os benefícios só começam a aparecer, segundo a especialista, após seis meses de treino. “O aluno deve sempre ter em mente a relação entre intensidade, frequência, duração das atividades para cada caso”, ressalta.

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Antes de dar início à prática de exercícios é importante levar em consideração alguns pontos. O primeiro deles é o tipo de modalidade. “Não adianta escolher uma atividade que não traga prazer, o que seria mais um pretexto para o abandono do treino”, complementa. Outro quesito importante é o objetivo a ser atingido. “Seja emagrecer, ganhar massa muscular, diminuir o risco cardiovascular. De nada adianta estar bem com o espelho e de mal com a saúde”, adverte.

A atividade física é um fator essencial para a saúde dos ossos seja para homens ou mulheres. “Homens ganham massa muscular mais fácil do que as mulheres que, por sua vez, tendem a concentrar mais gordura no organismo. Mas é preciso adequar o exercício com a condição física do praticante, independente das peculiaridades do sexo.

O treino periódico e constante pode afetar positivamente o pico de massa óssea em crianças e adolescentes; auxiliar a manter ou mesmo promover um aumento na densidade óssea em adultos; auxiliar na diminuição da perda de massa óssea devido à idade em adultos mais velhos, evitando inclusive a osteoporose”, lembra a especialista.

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E quando o assunto são as atividades de alto impacto, a médica do exercício responde. Esse tipo de atividade é considerado em muitos casos necessária, desde que praticada com utensílios adequados como calçados apropriados e um bom acompanhamento. A ressalva vai apenas para quem apresenta excesso de peso. O teste ergométrico é essencial e o atestado médico também. “O ideal é recorrer a um médico do exercício, capacitado para identificar se a pessoas estão ou não aptas a praticá-los e ainda a orientar este treino”, conclui.