Uso de contraceptivos orais está associado ao câncer de próstata, indica estudo

Da Redação

Uma nova pesquisa realizada pela universidade de Toronto (Canada) encontrou maior ocorrência de casos de câncer de próstata em regiões de maior utilização de pílulas anticoncepcionais.

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A pesquisa publicada online na revista cientifica BMJ utilizou dados de 87 países da Organização das Nações Unidas e dados de incidência de novos casos de câncer de cada país.

Segundo os autores, a hipótese para explicar essa correlação encontrada pode ser relacionada à liberação de substâncias do metabolismo dos contraceptivos orais. Esses produtos podem estar causando o aumento dos casos de câncer de próstata nos homens por serem eliminados no meio ambiente pelas mulheres e chegarem ao abastecimento de água potável ou na cadeia alimentar, expondo a população em geral.

Para o urologista do Instituto do Câncer de São Paulo e do Hospital Sirio Libanês, Dr. Daher Chade, essa pesquisa representa um fato gerador de hipóteses. Ou seja, é um achado que servirá de estímulo para novos estudos, os quais visarão definir o real impacto dessa associação.

Outro fator de preocupação dos pesquisadores refere-se a maior incidência de outras doenças como câncer de mama (homens e mulheres) no inicio da puberdade e câncer testicular, os quais tambem podem estar ocorrendo através de contaminação por produtos utilizados comercialmente como detergentes, pesticidas, cosméticos e materiais de construção.

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Com relação à pesquisa que identificou o aumento do câncer de próstata devido ao uso de anticoncepcional, os autores ressaltam que o mecanismo pelo qual ocorre o maior surgimento do câncer ainda é desconhecido, mas os dados encontrados são significativos e embasados cientificamente, mesmo após controle de possíveis variáveis como nível socioeconômico e acesso ao serviço médico.

“Novas pesquisas serão necessárias para descobrirmos se há outros fatores de interferência nessa associação, os quais podem ser até mais importantes do ponto de vista biológico. Portanto, não deve haver uma sensação de pânico na população ou qualquer mudança de hábito no uso de métodos contraceptivos“, explica o urologista.