Não devemos nos punir ao fracassar

por Luiz Alberto Py  

Existem duas maneiras de se convencer alguém a fazer o que queremos: através de puni-lo quando não nos agrada ou de recompensá-lo quando consegue o que desejamos.

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Embora os profissionais que lidam com o assunto, como os adestradores de animais, sejam – na maioria dos casos – a favor da segunda alternativa, a maior parte das pessoas tende a agir de acordo com a primeira hipótese. Isso é principalmente verdadeiro no que diz respeito à relação do indivíduo consigo mesmo. Ou seja, quase todos nós temos a tendência de nos recriminarmos e de nos punirmos quando não conseguimos atender nossos desejos ou realizar nossas ambições.

O mais grave é que isso nos leva a uma situação emocional precária onde, em vez de nos alegrarmos com o que conseguimos, em vez de celebrarmos nossas conquistas, por menor que sejam, reduzimos o prazer da vitória a um mero alívio por não termos fracassado. E logo estaremos novamente tensos diante de um novo desafio, frente ao qual pagaremos uma cota de sofrimento e recriminação se não obtivermos um bom resultado.

A consciência dessa situação pode nos ajudar a reformular nosso modo de lidar com tarefas que nos competem. Em vez de enfrentá-las como ameaças, passaremos a vê-las como oportunidades de realização e progresso e, além disso, teremos uma relação mais gentil com nós mesmos e, provavelmente, também com os outros.