Será que sofro de oneomania?

Por Eliana Bussinger

Já escrevi nesta coluna – clique aqui e leia, que quando a impulsividade de compra está fora de controle que isso poderia significar algum tipo de distúrbio emocional.

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Entre esses distúrbios existe um de nome estranho: oneomania.

Quando o bem-estar momentâneo originado no simples ato de comprar é muito parecido com o efeito provocado pela ingestão de álcool ou drogas (euforia, contentamento), mas evaporando-se rapidamente e para senti-lo novamente a pessoa precisa comprar de novo, sem se importar se tem condições financeiras de fazê-lo ou não.

Um exemplo que é sempre lembrado é o de Imelda Marcos, a ex-primeira dama das Filipinas, que ostentava uma coleção de 4.000 sapatos.

Muitas pessoas desconhecem o problema e só vão pedir ajuda quando já estão perigosamente endividadas, fazendo manobras mirabolantes para conseguir mais crédito para comprar.

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As mulheres são as maiores vítimas desse transtorno. Quatro mulheres para cada homem, com maior incidência da doença ocorrendo entre 18 e 40 anos.

Por que as mulheres?

Ninguém sabe exatamente ao certo. Mesmo porque a oneomania ainda não é bem compreendida e sequer há consenso entre os profissionais de medicina, sob considerá-la ou não uma doença.

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Para alguns dos profissionais ela surge como sintoma de outras patologias, como depressão, bulimia e anorexia. E como esse transtornos são mais comuns em mulheres, isso talvez explique a maior ocorrência no agregado feminino.

Doença ou não, para a maioria dos profissionais, quando identificada, a oneomania precisa ser tratada com profissionais, porque raramente as pessoas conseguem sair desse estado sozinhas.

Os tratamentos incluem terapia de grupo, psicoterapia e remédios como antidepressivos, por exemplo. As consequências são muito parecidas com outros transtorno e vícios, como: TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), alcoolismo, vício de drogas, jogos, entre outros.

Mas como saber se a oneomania está ou não presente. O grupo dos Devedores Anônimos preparou um teste, que foi colocado abaixo.

Teste

1. Suas dívidas estão fazendo sua vida familiar infeliz?

2. A pressão de suas dívidas está tirando a atenção de seu trabalho diário?

3. Sua reputação está sendo afetada por suas dívidas?

4. Suas dívidas estão fazendo você se menosprezar?

5. Você já deu informação falsa para obter crédito?

6. Você já fez promessas irrealistas para seus credores?

7. A pressão de suas dívidas faz com que você seja descuidado quanto ao bem-estar de sua família?

8. Você teme que seu empregador, família ou amigos descubram o tamanho de seu endividamento?

9. Quando você se depara com uma situação financeira difícil, a perspectiva de um empréstimo lhe dá uma sensação desenfreada de alívio?

10. A pressão de suas dívidas lhe causa dificuldade de dormir?

11. A pressão de suas dívidas já lhe fez considerar se embebedar?

12. Você já pegou dinheiro emprestado sem considerar adequadamente a taxa de juros que terá que pagar?

13. Você normalmente espera uma resposta negativa quando é submetido a uma consulta de crédito

14. Você já desenvolveu um esquema rigoroso para pagar suas dívidas e, depois, sob pressão, acabou não o cumprindo?

15. Você justifica suas dívidas falando de si mesmo que você é superior a outras pessoas, e que quando chegar a sua "vez", se livrará das dívidas de um dia para o outro

Resultado

Se respondeu SIM a qualquer uma das perguntas acima é possível que você seja um devedor anônimo.
Se respondeu SIM a 2 perguntas, é bem provável que você seja um devedor anônimo.
Se respondeu a 3 ou mais perguntas, então é quase certo que você seja um devedor anônimo.

Fonte: Eliana Bussinger é mestre em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas