Está difícil a convivência com minha sogra e enteada. O que faço?

por Blenda de Oliveira

"Sou casada e não aguento mais as brigas: principalmente brigas que geralmente não envolvem meu marido e eu, mas sim minha sogra e enteada. O caso é que meu marido quer que eu me dedique e tenha mais contato com a mãe dele, porém ela não gosta de mim. Isso já está bem claro, e a minha enteada só que ficar na minha casa agora. No momento não quero essa responsabilidade de ter que cuidar de filho e ainda nem sendo meu. Tudo isso está me sufocando!"

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Resposta: Importante separar as coisas.

Uma questão é com sua sogra e outra é sua relação com sua enteada. Sua convivência pacífica e política com sua sogra, assumindo que não há qualquer afinidade entre vocês, mas que seu único interesse é manter seu casamento protegido, não me parece algo que possa prejudicar o seu relacionamento conjugal. Com paciência, talvez você consiga contornar a situação e fazer valer o que considera melhor para sua vida a dois. O que sua sogra busca, é afirmar que você não é a melhor mulher para o filho dela (isso seria com qualquer uma). Portanto, seja estratégica e inteligente para não entrar nessa frequência. Quando ficamos sobre o domínio emocional, perdemos a capacidade de pensar e agir de maneira mais eficiente.

Outra questão é a relação com sua enteada. Sendo filha de seu marido é importante que você busque uma maneira de fazer o que for melhor e possível para você. Quando casaram ele já tinha a filha, por isso é muito importante que você consiga se aproximar dela e deixar que ela se aproxime de você para que criem uma relação mais amistosa. Você não precisa fazer papel de mãe, porque você não é, mas podem ser companheiras e, com certeza, isso trará mais qualidade à sua relação conjugal.

O amor de seu marido pela filha não tem, ou não deveria ter, qualquer relação com o amor que seu marido e você têm um pelo outro. Entrar nesse tipo de briga provoca um enorme desgaste e não leva a lugar nenhum. O resultado será um homem com duas filhas: a dele e você. Seu lugar é de mulher adulta e esposa. Lembre-se que você é muito importante no processo de adaptação dessa nova família que se forma com uma filha de outro casamento. Seu marido, talvez, tenha menos condição de lidar com os conflitos, pois deve ficar muito dividido entre você, a mãe e a filha. Para ele e para você as mesmas coisas que têm importâncias diferentes e modos diferentes de lidar. São visões diferentes, não desiguais! Para ele você poderia se esforçar mais. Para você todo o esforço já foi feito e você está exausta. Os dois, de alguma forma, têm razão, mas não está funcionando, precisam se reorganizar e criar um novo casamento!

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Nem sempre isso significa que tudo está perdido. É preciso calma e inteligência para negociar todos esses conflitos. Viver a dois exige amor, mas exige muita inteligência e calma, se quiserem permanecer juntos.

Tente usar mais o bom senso assim como sua condição privilegiada, já que não é a mãe e não tem as obrigações inerentes a esse papel. Tente olhar de forma mais distante toda essa situação.

Procedimentos práticos

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Se quer dar continuidade ao seu casamento, busque incentivar o diálogo com seu marido, evitando as brigas. Alguns pontos podem ser abordados e talvez, combinados, como os dias que sua sogra estará com vocês e em que poderá ajudar sua enteada. De qualquer forma, tenha em mente que você tem limites e precisam ser respeitados por você e pelo seu marido, por isso a clareza com calma se faz importante.

Uma das coisas que podem ajudar nesse diálogo, é vocês marcarem todas as semanas um dia dedicado a vocês conversarem sobre as questões desafiadoras e conflitantes, mas também sobre o que está bom e positivo. É muito natural, quando há crises, que o foco permaneça nos aspectos negativos e a ideia de que insistir nos problemas irá resolver. Na maior parte das vezes desfocar dos problemas, ativar o que há de positivo e incentivar o reencontro pode ajudar muito a diminuir o peso dos conflitos. O resultado é um arejamento na relação e, consequentemente, uma qualidade maior e melhor de vida a dois.

Boa Sorte!