O que é um arquétipo?

por Leniza Castello Branco

Observando temas típicos que apareciam nos mitos de vários países e culturas, representados nas imagens, nos contos de fadas, nos sonhos, nos delírios e alucinações C. G.Jung detectou pontos em comum.

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Analisando um sonho de um paciente psicótico que se referia ao “falo do sol que era a origem do vento”, Jung encontrou a mesma referência num mito de uma antiga religião persa.

Arquétipo

Sua conclusão foi que se tratavam de manifestações do inconsciente coletivo, com forte carga energética que estavam presentes no inconsciente de todos os indivíduos independente de raças e crenças. Essas imagens ele chamou de “Arquétipos”.

Esse nome veio do conceito de Platão – de imagens fundamentais que vinham da mente dos deuses – e serviam de base para todos os modelos dos seres humanos.

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Jung dizia que os princípios básicos dos arquétipos são indescritíveis, porque são muito ricos. Querer dar um significado único a um arquétipo faz com que ele perca seu ponto essencial, que é sua natureza múltipla. Como exemplo temos: o arquétipo materno, paterno, do herói, do velho do sábio, do filho, da mulher fatal, da mãe amorosa, da mãe terrível, da morte, etc.

Os arquétipos se manifestam em nossa vida emocional, através dos sonhos, fantasias comportamentos e através dos complexos (clique aqui e leia).

Em momentos muito emocionantes, ameaçadores ou poderosos externos ou internos, as imagens arquetípicas podem aparecer espontaneamente.

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Por exemplo, lembrem-se do caso emocionante do menino de 7 anos em Curitiba que vestido de Homem Aranha, salvou um bebê num incêndio. Ele encarnou o arquétipo do herói, entrou na casa em chamas, sem medo, e voltou com o bebê.

Os padrões arquetípicos têm uma forte carga energética; estão no núcleo do complexo e nos dominam. Quando George Lucas criou os personagens de “Guerra nas Estrelas”, consultou Joseph Campbell que escreveu “ O Heroi de mil Faces”, onde descreve o arquétipo do herói e compara as características dos heróis em vários mitos, mostrando que têm todos a mesma base – o arquétipo.

Um homem ou mulher que não tem filhos, pode por exemplo, ao ter que tomar conta de um bebê, pode ter os mesmos comportamentos que uma mãe teria em relação a criança. Algumas mães adotivas conseguem amamentar.

Os arquétipos podem ter um papel positivo ajudando na inspiração dos artistas, fazendo um adolescente conquistar vitórias, um cientista fazer descobertas.

Ou pode ser muito negativo, quando por exemplo um líder ou chefe espiritual se comporta de maneira fanática, levando milhares de pessoas a segui-lo. Se a pessoa não for forte psiquicamente, se não reconhecer que se trata de um arquétipo, poderá se julgar realmente como sendo a encarnação de um Deus ou de um profeta, podendo causar terríveis estragos, tornando-se psicótico. A força do arquétipo é violenta, e todos eles têm aspectos positivos e negativos.

Alguns arquétipos são mais presentes em nossa psique(mente), podemos percebê-los mais claramente em ação.

Jung descreveu em sua obra os arquétipos da Sombra, da Ânima, do Ânimus… que descreveremos mais detalhadamente nos próximos artigos.