Relacionamento aberto é para poucos; exige maturidade e equilíbrio

por Arlete Gavranic

Falar em relacionamento sempre dá trabalho. Vivê-los então é mais difícil ainda!

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Como alimentar um relacionamento de longa data? Dá para manter o erotismo e o desejo sem cair na mesmice?

Pensando nessas questões encerro esta série de artigos sobre este assunto falando relacionamento aberto – para ler os anteriores clique aqui.

Um relacionamento aberto (liberal), ou casamento aberto é um tipo alternativo de relacionamento afetivo onde os parceiros aceitam que ambos possam ter outros tipos de relacionamentos, inclusive sexual, com outras pessoas.

O RA pode ser vivido pelos dois parceiros juntos (como no swing) ou separadamente, o que também se diferencia por fatores como: a parceria saber dessa(s) outras vivências ou não, cada um viver suas aventuras sem que o outro saiba do que acontece.

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Alguns chamam de relacionamento de traição acordada, outros de traição consentida. A questão é que nesse ‘acordo’ as relações extraconjugais não deverão ser consideradas como traição ou infidelidade, mas como variações ou experiências relacionais e sexuais, sem que haja o desejo prévio de envolvimento ou busca afetiva.

Chegar a esse acordo para se viver um relacionamento aberto ou liberal nem sempre é facil ou possível, pois o desejo romântico de viver um relacionamento e sentir-se exclusivo, é ainda muito presente. Muitos que não aceitam a relação liberal e nem uma possível separação, preferem fingir não saber ou ‘evitar saber’ dessas traições, para manter uma aparência social e uma vida familiar; justificando a atitude com o objetivo de preservar filhos, patrimônio ou o status de um casamento. Aí o que se mantem é a traição unilateral onde o traído é conhecido como ‘corno manso’- para ambos os gêneros.

Relação aberta: acordo difícil

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Chegar a esse acordo de maior flexibilidade e liberdade no relacionamento depende de:

– muito diálogo aberto e franco sobre medos, fantasias, desejos…;

– esse acordo pode levar semanas, meses, anos e pode até nunca se chegar a esse consenso;

– esse acordo depende de: limites, desejos, ideias de liberdade e de parceria de cada casal e do respeito a essa busca consensual.

Três condições essenciais:

– O relacionamento aberto não deve nunca ser buscado como tentativa de flexibilizar as cobranças ou desconfianças para tentar salvar o casamento;

– O relacionamento aberto só deve ser uma opção para pessoas que tenham uma relação madura para encarar essa vivência;

– O casal tem que ter muita clareza de suas buscas e uma especial ausência da sensação de posse ou de desejo de exclusividade afetivo-sexual para se permitir viver essa relação, sem se machucar ou machucar o outro (a).

Os cinco prós e contras do relacionamento aberto:

Prós

Contras

1º) Iniciar essa liberdade conjugal pode ser altamente motivador e pode até ‘apimentar’ a relação conjugal;

2º) Pode dar uma sensação de mais autoconfiança;

3º) Pode melhorar a autoestima e os relacionamentos sociais;

4º)Ajuda a quebrar a rotina do próprio casal;

5º) Até a aproximação e o diálogo podem se apurar

1º) Essa liberdade traz menos contato, pois cada um vai estar mais voltado a buscar suas vivências pessoais;

2º) Pode trazer sensação de rejeição;

3º) Pode trazer crescimento da desconfiança e atritos no relacionamento;

4º) Pode gerar rebaixamento da autoestima e até estados depressivos;

5º) Pode aguçar o desejo de ‘tomar conta’ da rotina do outro, gerar até uma ‘paranoia’ de traição, que pode gerar um distanciamento tal e levar à separação

Relacionamento aberto definitivamente não é uma vivência para todos!

Se vocês sabem de tudo isso e se sentem maduros e equilibrados para experimentar esse desprendimento acordado de se darem mutuamente o direito de ter prazer em relações extraconjugais ocasionais com quem tenham tesão, afinidade ou simpatia, sem ferir o sentimento da parceria; aí sim, vocês podem tentar se divertir e viver essa opção de relacionamento.