Já faz cinco anos e ainda não superei a separação. O que fazer?

por Anette Lewin

“Choro de 3 a 4 vezes ao dia, não estou suportando mais…”

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Resposta: Você parece ter criado uma associação forte entre sua depressão e sua separação. Na sua cabeça você está deprimida por que se separou.

Em geral, teorias e explicações sobre nossos comportamentos tendem a trazer um alívio; entendendo as causas consegue-se um maior controle sobre as consequências. No seu caso, porém, isso não está acontecendo. Muito pelo contrário: entender que você está deprimida (consequência) por que se separou (causa) coloca você num beco sem saída uma vez que sua separação já aconteceu e, muito provavelmente, mesmo que quisesse não conseguiria reatar seu casamento.

Para sair desse enrosco, num primeiro momento seria interessante que você se perguntasse se realmente sua depressão é consequência da separação. Não poderia ser o contrário? Será que você não apresenta uma depressão de base que faz com que seja mais difícil para você superar situações de perda? Talvez encarar o problema por esse ângulo ajude você a encontrar saídas mais eficazes para o problema. Uma pessoa com traços depressivos pode tomar algumas atitudes para se sentir melhor frente a uma situação problemática: pode fazer uma terapia, procurar ajuda medicamentosa e, com o tempo, encarar melhor os reveses da vida e aproveitar melhor os momentos agradáveis.

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Paralelamente, tente evitar fazer de sua separação o único tema de sua vida.

Questione-se se gostaria de casar novamente; faça uma reflexão sobre o que ganhou e o que perdeu enquanto esteve casada; reveja suas necessidades pessoais e faça um levantamento das atividades que gosta de praticar. Certamente, muitas delas não requerem a companhia de um marido, certo? Reconstrua sua individualidade, ou, se nunca trabalhou na questão “quem sou eu”, faça-o agora. Substitua lágrimas por ações: movimente-se, gaste energia física, passeie por lugares que você ainda não conhece ou revisite os lugares que gosta mais. Movimento é um ótimo antidepressivo, sabia?

E, finalmente, quando estiver fora dessa situação, retomando as rédeas de sua vida e trocando a destrutividade de um pensamento obsessivo pelo prazer de pequenos bons momentos construídos por você, faça uma retrospectiva desses 5 anos de sofrimento e pergunte-se: valeu a pena martirizar-se tanto tempo por algo que não tem solução? A resposta, certamente negativa, poderá ajudá-la a abreviar seus momentos de sofrimento quando as coisas não andarem do jeito que você quer. Querer nem sempre é poder. E quando não se pode, melhor semear um novo sonho do que insistir no que não tem volta.

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