Ser controlador ou deixar-se controlar pode ser doença

por Tatiana Ades

Segundo o site de celebridades TMZ, uma das supostas causas que teria motivado o término do casamento de Tom Cruise com a atriz Katie Holmes seria o fato do ator ser extremamente controlador.  A informação é atribuída a fontes ligadas ao casal.

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E é desse assunto que vamos tratar neste artigo: o controle de um parceiro sobre o outro.

Muitas mulheres creem na falsa ideia de que o controle que seu parceiro exerce sobre ela está ligado ao amor, preocupação e desejo.

No entanto, controle nada tem a ver com amor, pelo contrário, é uma forma agressiva de ter para si mesmo um objeto de prazer, objeto esse que não pode sair da linha, senão deverá ser castigado.

O controle está ligado à necessidade que alguém possui de sentir-se superior. Geralmente essas pessoas são manipuladoras, sádicas e em alguns casos possuem uma autoestima baixíssima. Por isso, recorrem ao “poder sobre o outro” para sentirem-se melhores consigo mesmas.

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Relatos

Ana Karina (nome fictício) chegou ao meu consultório reclamando do controle que seu marido exercia em sua vida. Ela contou-me preocupada que ele chega a controlar o que ela veste, come, com quem pode ou não sair, quem são os amigos corretos e com quem da família ela deve manter contato ou não.

Percebam que o marido de Ana está egoisticamente adaptando a vida dela aos seus desejos e necessidades. De forma alguma ele está preocupado e com boas intenções de estar em um relacionamento saudável e de troca.

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Outro paciente reclama da falta de liberdade com a namorada. Daniel (nome fictício) diz que recebe ligações dela o dia inteiro, exigindo explicações de onde está, com quem está e o que está fazendo. Ele descobriu que ela usa suas senhas pessoais (descobertas por ela) para acessar suas redes sociais, contatos virtuais e que inclusive exigiu dele poder ligar para todas as suas amigas para conferir quem realmente eram.

Ser controlador ou deixar-se controlar: qual é a pior doença?

Ambas se encaixam e são perigosíssimas, uma vez que o controlador recebe a informação do controlado de que ele pode ir além. A situação torna-se caótica e podemos chegar a extremos com severas punições como agressões físicas (tapas na cara, chutes, sexo sem que o outro esteja com vontade e até espancamentos), verbais e emocionais (chantagem emocional do dominador sobre o submisso: “Se você for àquela festa eu não estarei mais aqui”).

Lembre-se bem de que controle nada tem de sinônimo com preocupação sincera, amor, carinho e afinidade. O controle excessivo é uma doença séria que deve ser tratada com medicamentos e ajuda terapêutica.

Se você se identifica com um controlador ou um controlado, repense suas atitudes e tende entender o que ocasionou essa dinâmica substituindo o companheirismo pelo sentimento de posse.

Perfil do controlador Perfil do controlado

– Egoísta;
– Manipulador;
– Frio;
– Ansioso;
– Impulsivo;
– Às vezes agressivo;
– Egocêntrico. – Depressivo;
– Baixa autoestima;
– Tendência a relações simbióticas (codependência) e problemáticas;
– Personalidade dependente (sozinho não se suporta)
– Compulsivo em diversos casos (álcool, sexo, etc.).

Um amor só é real quando duas unidades se completam formando assim uma só. Um jogo de manipulação e poder é o avesso do amor. Controlar é não respeitar a individualidade do outro e deixar-se controlar é estar doente sem ao menos perceber.

Pense nisso!