Qual a hora certa de permitir que os filhos se divirtam longe dos pais?

Da Redação

O momento das férias pode virar um martírio para pais e filhos adolescentes. Enquanto uns trabalham, os outros reclamam pela liberdade e querem sair ou viajar sozinhos. Surge então um dilema:

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Qual a hora certa de permitir que eles se divirtam longe dos olhos dos adultos?

Para a psicóloga Ana Lúcia Gomes Castello, é comum os pais se questionarem por isso. A insegurança dos adultos, a imaturidade dos filhos, o medo da violência das ruas e a falta de confiança na prole estão por trás do impasse.

"A forma de educar reflete como os filhos se comportam nas férias. Colocar limites é uma tarefa importante na educação, e quando esses princípios são absorvidos pelas crianças e adolescentes de forma adequada, fica mais fácil estabelecer parâmetros para o tempo de lazer", aponta.

Segundo a especialista, é interessante que os pais possam curtir esses momentos sem colocar limites o tempo inteiro. Tanto as crianças como os adolescentes precisam desse período para correr, brincar, interagir com os amigos e também com os adultos.

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Como não há uma idade ideal para liberar a garotada para a primeira viagem com os amigos, pai, mãe e filho devem encontrar seu momento. "Acredito que a situação possa ser resolvida quando os pais já tiverem adquirido a confiança em seus filhos. Essa liberdade é também uma conquista do jovem. Isso significa um crescimento emocional, um amadurecimento", destaca.

"Para chegar a esse ponto, eles precisam conversar, ensinar, negociar e manter uma vigilância constante. Diante do descumprimento das situações combinadas, é importante estabelecer algumas privações mais consistentes", recomenda a psicóloga.

Quando os pais se sentirem seguros em relação ao comportamento dos filhos, podem decidir se chegou o momento de liberá-los. "Antes, porém, os pais precisam negociar algumas questões, como horários para que telefonem para casa, por exemplo. Dessa forma os jovens podem entrar em contato novamente com as regras familiares", aconselha.

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Mas por que os adolescentes costumam rejeitar os programas em família?

A psicóloga diz que os pais precisam entender que a preferência do adolescente em conviver com a turma ou com amigos o tempo inteiro é natural. Para eles, viajar com os amigos é o primeiro passo para a independência. "Longe dos pais, eles se sentem mais adultos. E quem não se lembra de querer a mesma liberdade nessa idade?"