Só bom sexo faz bem à saúde

por Arlete Gavranic

É interessante escrever favoravelmente sobre um tema que costuma ser uma das queixas mais frequentes nos consultórios e nos e-mails recebidos dos leitores.

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Muitas mulheres se queixam que seus parceiros são rápidos demais e por isso elas não conseguem ter prazer. Por outro lado, muitos homens também se preocupam, pois sabem que são rápidos e por esse motivo não satisfazem suas parceiras, consequentemente, eles não conseguem se sentir viris, propiciadores de prazer e também se frustram com essa falha na sua masculinidade sexual.

Mas para iniciar, preciso deixar claro que neste artigo não estou falando de ejaculação precoce, que está relacionada, na maioria das vezes, a uma grande ansiedade de desempenho e que será tratada no próximo artigo.

Sexo demorado é sinal de sexo bom e prazeroso?

Sempre que lemos algo ou vemos um filme sobre sexualidade, a ideia que fica é que o sexo só pode ser bom e prazeroso se for demorado. E o que é demorado? Essa questão de tempo também pode ter muitas variações, para alguns pode ser uma relação que dure uma hora, duas horas, uma noite inteira… Ou até quem sabe prolongar o prazer por dias, como nos ensinamentos de sexo tântrico.

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Mas essa não é uma realidade que pode ser vivida pela maioria das pessoas.

Em centros urbanos de médio e grande porte, homens e mulheres gastam horas de seu dia no trabalho, no trânsito, estudando, resolvendo problemas de diferentes ordens (sejam domésticos, familiares, profissionais, financeiros), seria muita utopia achar que essas pessoas estão sempre disponíveis ou com pique para viver horas de sexo.

Sexo bom não depende de tempo

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Precisamos entender que o sexo não depende do tempo que demora para ser bom e prazeroso, pois se numa relação, homo ou heterossexual, as duas pessoas estiverem excitadas com a ideia de estarem juntas, motivadas por ideias sexuais, ou por alguma fantasia sexual, o nível de excitação pode ser bastante grande e esse sexo até pode ser rápido, mas também pode ser muito prazeroso.

Mas…

– as mulheres demoram mais para se excitarem e chegarem lá;

– os homens chegam mais rápido na vontade de penetrar e gozar”.

Essas queixas bastante comuns podem ser verdadeiras, mas não precisam impedir sempre a satisfação sexual das pessoas.

Os homens são mais visuais, ver a parceira com lingerie ou nua já pode ser motivo suficiente para muitos passarem do desejo para a excitação, enquanto que as mulheres, na grande maioria, são sensoriais, gostam de ouvir galanteios, frases estimulantes, gostam de toques e carícias; tudo isso para conseguirem ficar excitadas.

E aí, como fazer?

Ninguém foi educado para o sexo e o prazer, além do que, temos uma herança cultural que sempre reprimiu o pensar em sexo. Mas as pessoas esperam, que de repente, o tesão apareça e propicie uma relação satisfatória e repleta de prazer.

Para que esse prazer seja mais presente na vida das pessoas, é preciso aprender a pensar mais sobre sexo, a falar de sexo com seus parceiros e parceiras, mandar um SMS ou ligar para um ‘boa tarde’ e aproveitar para falar do seu desejo, para falar de algumas fantasias que você possa partilhar sem causar mágoas ou embaraço. Só não adianta trazer fantasias que envolvam outras pessoas, pois isso acaba gerando, na maioria das vezes, desconfiança e um abalo na autoestima. Você pode pensar em vestir (ou em como tirar) uma roupa, usar um perfume que seja sensual para você e, enfim, aprender a usar a tensão do dia a dia como energia para alimentar um estresse positivo, a sua libido.

Essa pode ser uma das formas de aprender a desfrutar do prazer que o sexo pode proporcionar, mesmo que seja numa “rapidinha”.