Tenho síndrome do pânico e minha filha de 5 anos tem muito medo de tudo. Passei isso para ela?

por Joel Rennó Jr.

Resposta: A Síndrome ou Transtorno de Pânico apresenta uma predisposição genética, porém não é hereditário, não passa necessariamente de pai para filho.

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Hoje sabemos que alguns fatores ambientais intraútero (estresse, desnutrição, infecção e outros) podem silenciar determinados genes levando futuramente a uma maior predisposição de algum transtorno mental na criança – é o que denominamos de epigenética e já discuti esse assunto recentemente no Vya Estelar – veja aqui.

Porém, sabemos que os fatores psicológicos costumam ser os mais frequentes, o comportamento de um filho pode ser “modelado” pelo comportamento ansioso da mãe. Há vários comportamentos patológicos adotados por indivíduos com Síndrome do Pânico e que podem ser “copiados” pelos filhos.

Entre os comportamentos mais comuns temos:

1º) Medo de ter medo, evitando entrar em um avião ou shopping lotado;

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2º) Não trancar a porta quando entra no banheiro;

3º) No restaurante ou bar sentar perto da saída;

4º) Frequentar vários hospitais e fazer vários exames clínicos. As pessoas desenvolvem fobias e não conseguem dirigir em congestionamentos, não participam de reuniões, isolam-se dentro de casa e têm sensação de falta de ar ou engasgo quando se exercitam ou ingerem alimentos.

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Claro que os filhos, atentos aos medos recorrentes do pai ou da mãe que sofre de pânico, podem mimetizar ou adotar também tais comportamentos.

Alguns medos são comuns e aceitáveis durante a primeira infância, porém os pais devem ficar atentos à evolução e se necessário buscar uma ajuda psicológica para o filho.

É importante que os pais procurem fazer o tratamento completo da Síndrome do Pânico que envolve medicamentos e psicoterapia. Com certeza, a melhora clínica e funcional do familiar vai ajudar indiretamente a criança a adotar novos comportamentos. E sempre o diálogo claro com os filhos é essencial.

Atenção!

Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracterizam como sendo um atendimento. Dúvidas e perguntas sobre receitas e dosagens de medicamentos deverão ser feitas diretamente ao seu médico psiquiatra. Evite a automedicação.