Sofrimento deve ser visto como uma oportunidade de aprender e mudar

por Thaís Petroff

 Sofrimento – “É como se fosse uma chapa quente embaixo de nossos pés descalços na qual podemos ficar pulando até que esfrie ou então busquemos um outro lugar para ficar”

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Momentos de mudança são vistos por muitas pessoas como desconfortáveis. É muito mais fácil e cômodo permanecer na zona de conforto ao invés de buscar novas soluções, novas maneiras de agir e de pensar ao lidar com pessoas e situações.

No entanto, às vezes não há opção. Por exemplo, mudanças de ambiente como mudar de casa, de emprego, de país, de estado civil, exigem adaptação; assim como por exemplo ao se descobrir uma traição ou que o companheiro não está mais satisfeito com seu modo de agir.

Quando se entende qualquer situação, como essa ou outra qualquer, como uma oportunidade de aprendizado e crescimento, sem se “vitimizar” no sofrimento, o processo e o resultado podem ser muito diferentes.

Richard Nixon, ex-presidente dos Estados Unidos, disse: “Em uma crise, esteja consciente do perigo, mas identifique a oportunidade.” Esse pode ser o grande diferencial entre pessoas que entram em desespero em determinadas situações (e em alguns casos se deprimem) e as que mesmo em dificuldade, conseguem passar pelos eventos.

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O segredo

O segredo está na interpretação que se faz da situação e não na situação em si. Muitas pessoas são bem-sucedidas, pois enxergam uma oportunidade em uma dificuldade e a partir dela se desenvolvem.

Se utopicamente tivéssemos o domínio e soubéssemos de tudo, provavelmente as situações não nos trariam sofrimento, se isto ocorre é porque temos algo a aprender com elas. Ou seja, é uma oportunidade dada, apontando algum déficit que precisa ser desenvolvido.

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Num outro momento, se essa mesma situação se repetir, o sofrimento não ocorrerá, desde que a lição tenha sido aprendida.

Vejam um simples exemplo: Crianças pequenas têm muita dificuldade em compartilhar seus brinquedos. Quando são solicitadas a isso, sofrem e choram em função do suplício de ter de dividir seus brinquedos com outra criança. Caso essa habilidade seja aprendida na infância, na adolescência ou na fase adulta, não haverá problemas (nem sofrimento) em compartilhar. Caso contrário, enquanto essa lição não for introjetada, essa pessoa continuará a sofrer toda vez que esse ponto for tocado.

Visto dessa maneira, o sofrimento é um indicativo de que há algo errado e de que não se está lidando com a situação da melhor maneira possível.

Sendo assim, a dor nos impele a mudar. É como se fosse uma chapa quente embaixo de nossos pés descalços na qual podemos ficar pulando até esfrie ou então busquemos um outro lugar para ficar.

Essa escolha é nossa, mas a oportunidade de não ficarmos parados, ou seja, a pressão para sairmos dessa zona de conforto aparece em muitos momentos da vida. Cabe a cada um de nós sabermos o quanto de calor suporta nossos pés.