por Margareth dos Reis

“Sou casada há mais de 20 anos. Meu marido sempre teve a fantasia de me ver transando com outra mulher. Fizemos isso com algumas parceiras por muitos anos, até que descobri que ele estava muito envolvido com a outra mulher sem o meu consentimento. Para garantir uma nova transa a três, ele prometia que ficaria com ela e ela aceitava transar com ele e comigo. Quando soube do envolvimento deles a casa caiu… estamos separados. Hoje vejo que ele não vê razão de continuar casado comigo sem pôr em prática essa fantasia. Ele não tem o mesmo desejo por mim, senão me colocar em meio a essa fantasia. É o que dava sentido à vida dele. “

Resposta: Ao que tudo indica o sexo a três no seu casamento não foi um problema até ocorrer um fator impactante em sua vida: o envolvimento do seu marido com uma terceira pessoa da relação de vocês, sem o seu consentimento!

Nesse caso pesou o que não foi consentido. O que não foi combinado. O sentimento de traição. A participação de uma terceira pessoa de fora que obteve mais atenção do seu marido do que você pudesse crer! No entanto, isso não é um acontecimento incomum no sexo a três, porque existem emoções, desejos e fantasias triplamente em jogo.

Para viver essa experiência é necessário ter essa percepção de que as fantasias sexuais são um ingrediente a mais para o prazer, mas na prática as coisas podem sair diferente do que se podia imaginar.

A ousadia erótica deixa de ser uma maneira prazerosa de viver a sexualidade quando se afasta de um limite aceitável para o casal ou para uma das partes da relação a dois. Todavia, todo relacionamento depende de acordos para funcionar bem, ou seja, de uma filosofia que envolva disposição e limites para as escolhas que o casal faz na vida a dois. Porém, isso não é estanque. Não é um contrato definitivo e irrevogável. Precisa de revisão de tempos em tempos para eliminar os ruídos emocionais e os desencontros de expectativas que vão se acumulando com a convivência.

Esse é, então, o momento de reconstruir a sua “casa” interna! Não “caiu”? Procure reorganizar tudo que ficou fora do lugar. Não hesite em buscar uma psicoterapia sexual (e/ou de casal) para acomodar as suas experiências vividas até aqui e criar novas possibilidades de satisfação para a sua vida daqui para frente.