Gostaria de saber como faço pra me livrar do hábito de roer unhas?

Por Dr. Joel Rennó Jr.

Era ‘maneirado’, mas de uns anos pra cá está exagerado. Chego a arrancar as unhas, não sei o que fazer, estou desesperada.

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Resposta: O hábito de roer unhas pode conter várias significações diferentes. Pode ser decorrente de um aprendizado infantil iniciado por volta dos três anos de idade, em situações de estresse ou de ansiedade. Há pessoas que quando se sentem inseguras ou com temor de algo também têm o hábito de roer unhas. A faixa de maior incidência costuma ser entre os dez e dezoito anos de idade. Portanto, roer as unhas pode ser uma manifestação de ansiedade. Mas há casos em que a onicofagia – nome científico para o hábito de roer unhas- é apenas um reflexo condicionado, como passar a mão no cabelo ou coçar alguma parte do corpo de tempos em tempos. Nem todo mundo que rói unha sofre de ansiedade, assim como nem todo ansioso rói unha.

O limite entre a normalidade e a patologia não é fácil de delimitar. O primeiro sintoma está nas próprias unhas. Para que a onicofagia seja considerada doença, a pessoa precisa necessariamente roer todas as unhas, sem diferenciação. Há pessoas que roem a unha até sangrar.

Controlar o nível de estresse e ansiedade, melhorar a confiança em si mesmo e a auto-estima, além de técnicas apropriadas de psicoterapia cognitivo-comportamental e relaxamento podem ajudar a redução ou eliminação desse hábito, que pode até ser repetitivo ou mesmo compulsivo. É bom detectar os possíveis gatilhos (desencadeadores).

Casos de onicofagia associados à ansiedade são atenuados com técnicas de relaxamento, como os exercícios de respiração. Mas há pessoas que podem precisar tomar medicamentos ou associá-los a outras terapias, como a cognitiva. As pessoas ansiosas tendem a roer as unhas como uma forma de desviar pensamentos ‘anormais’ ou incômodos. A terapia cognitiva tem como objetivo ajudar a pessoa a identificar esses pensamentos disfuncionais e encontrar os mecanismos para destruí-los, dando lugar a raciocínios apoiados na realidade. Assim, o hábito de roer as unhas como resposta ao pensamento tende a desaparecer.

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Mas se o problema for apenas de ordem comportamental, a solução é mais simples. Especialistas ensinam uma série de técnicas que podem inibir o hábito. Usar óleo de oliva ou óleo secante para esmaltes sobre as unhas é uma delas. O óleo amolece as unhas e acaba dificultando o impulso de roê-las.

Tenho o tique nervoso de ficar mexendo com o ombro.
Em outras épocas de minha vida já tive outros no lugar deste, como: piscar os olhos e mexer o pescoço. Percebo que o tique se intensifica quando estou ansioso, isso tem a ver? E gostaria de saber também como faço para controlar ou parar com isso!!!

Resposta: Sim, o tique pode piorar em situações de estresse e ansiedade. É bom frisarmos que o tique é involuntário, não obedece necessariamente a um padrão ritmado e com uma determinada freqüência.

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Qual profissional devo procurar para ajudar meu filho a se livrar do tique nervoso de se contorcer e fungar o nariz?
Fico muito triste com isso e sei que ele está perdendo oportunidade profissional

Resposta: É importante você procurar um psiquiatra. Tem um transtorno neuropsiquiátrico conhecido como Síndrome de Gilles de la Touretten que é constituído por alguns tiques motores e também por ao menos um tique vocal (simples ou complexos).

Tais crianças ou adolescentes sentem-se envergonhadas e angustiadas por não conseguirem o controle dos tiques em situações de exposição social. Pode haver comorbidade (associação) com outros transtornos psiquiátricos como TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), tricotilomania (arrancar fios de cabelos ou pêlos) e também sofrerem de ansiedade ou depressão, entre outros.

Há casos de crianças que podem, involuntariamente, emitir palavras obscenas ou de baixo calão, conhecido como coprolalia. Imaginem o constrangimento sofrido por tal criança perante seus colegas.

Para mais informações indico o livro “Tiques, Cacoetes e Síndrome de Tourette’ de Ana Gabriela Hounie e Eurípedes Constantino Miguel,  Editora Artmed.

Atenção!
As respostas desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psiquiatria e não se caracterizam como sendo um atendimento.