Desfazendo os nós: toda paciência é pouca

por Angelina Garcia

Por mais prática e centrada que seja uma pessoa, não há como passar pela vida sem se ver envolvida em situações inesperadas, causadas pelos mais diferentes fatores: uma atitude ou palavra que saiu sem querer, um esquecimento, encontrar-se no lugar errado na hora errada e tantos outros. Mais exposta à cilada está aquela que segue em frente sem qualquer planejamento, ou sem disponibilidade para refazer, a tempo, o que precisa ser refeito. São essas as que mais sofrem quando percebem o emaranhado em que se meteram.

Continua após publicidade

Nessa hora bate o desespero, pois não há como nem para onde fugir. O barquinho não está esperando no cais, o sono falta ou vem em demasia, a comida não desce ou a fome é insaciável, há coisas e pessoas esperando por ela, tudo mesclado de culpa e de arrependimento. Por que não fiz assim? Por que não fiz assado? Poderia ter conduzido melhor as finanças, a saúde, a relação com a família, com o chefe, com aquele colega de trabalho, com o amigo tão querido, com isto, com aquilo.

Se não conduziu, resta encontrar formas para desatar os nós e pronto. Alguns são até frouxos, a corda é grossa. Outros não, se a correntinha de ouro for muito fina. Portanto é preciso separá-los, os que pedem urgência daqueles que podem esperar mais um pouco. Há ainda, os que dependem de que outros sejam desatados antes.

Embora não haja receitas, afinal cada caso é um caso e cada um é cada um, algumas observações podem ser bem-vindas.

Sempre há saídas, mesmo que não sejam as que gostaríamos. Nem se deve esperar que elas ocorram dentro do tempo previsto, mesmo porque se estamos no limite, queremos soluções para ontem. Também não é fácil escolhermos por onde começar, pois muitas vezes a situação mais difícil se impõe de tal maneira que nos leva ao desânimo por nos acharmos incapazes de enfrentá-la. Comecemos pela mais simples, ela poderá nos guiar num crescente, fortalecendo nossa autoconfiança.

Continua após publicidade

Mantenha-se atento às ilusões. Para se proporcionar certo alívio, é comum que se fantasie saídas mágicas, mas quando confrontadas à realidade trazem mais frustração e aumenta o desespero. Por outro lado, as soluções de hoje podem exigir mais esforço do que exigiria noutros tempos, já que as pessoas mudam e as circunstâncias são outras. Não importa, qualquer tempo é tempo de pedir desculpas, de replanejar o cotidiano, de cuidar daquilo que foi deixado para trás e agora incomoda tanto.