Prática de yoga preserva saúde de coluna e articulações

por Nicole Witek

“Professora, estou com artrose na nuca, posso praticar yoga?”

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Essa pergunta e outras perguntas da mesma família: artrose, artrite, hérnia e outros males da coluna, recebem a mesma resposta. Todas recebem um sonoro SIM! Mas existem precauções.

É imprescindível, como primeira precaução, prestar atenção para NÃO forçar, para NUNCA ultrapassar os limites que o corpo impõe. É necessário estar atento à forma como o seu corpo se comunica, ele diz a você até onde ir e onde não deve ir. Não tente forçá-lo a ir além, não entre numa competição com seus músculos. Respeite o seu corpo e, aos poucos, verá os resultados. Dedique um pouco de carinho e ternura ao seu corpo e para cada uma da suas células.

*"A artrose é uma degenerescência da cartilagem das articulações, sem infecção nem inflamação particular. Essa degenerescência leva ao desgaste da cartilagem que está em volta dos ossos. Anatomicamente essa destruição é acompanhada de uma proliferação óssea debaixo da cartilagem. Essa doença articular é a mais frequente. Os primeiros sintomas aparecem por volta de 40-50 anos. A cartilagem é um tecido vivo onde acontece muitas atividades: produção de condrócitos (células da cartilagem), que normalmente é maior do que a destruição. As causas: a destruição da cartilagem corresponde à fissuração da superfície até a profundidade do tecido cartilaginoso. Essa fissuração é ligada a fenômenos mecânicos, mas pode ser agravada por alterações bioquímicas da estrutura da cartilagem.

Pesquisando por “rotas alternativas”, e após ler vários depoimentos e estudos paralelos, parece que mudar a alimentação, diminuindo e até suprimindo os laticínios e produtos refinados como farinha branca e açúcar branco, ajuda a melhorar. Pessoalmente, aconselho também uma consulta com um médico homeopata ou naturopata, que vão ver esse problema com um olhar diferente.

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Quanto ao yoga, quando a degenerescência se instala, a artrose cervical e lombar pode atacar a coluna vertebral (imagem abaixo). Existe uma “solidariedade” entre a vértebra e o disco intervertebral. Disco lesado = vértebra danificada e o contrário também se verifica: disco em boa saúde = vértebra em boa saúde.


Fonte: http://www.ajns.paans.org/IMG/jpg/pic0.jpg

Vale a pena estudar a anatomia para entender como as vértebras estão ligadas entre si e o papel do disco intervertebral, que é mais do que o de amortecedor, para evitar que duas vértebras se choquem. O disco está “embrulhado” por várias camadas de fibras, entrelaçadas para obter uma resistência máxima. Entre duas vértebras existe uma face de cartilagem e no meio, o núcleo polpudo, gelatinoso. Ligamentos extremamente resistentes ligam as vértebras entre si. Esses ligamentos têm algumas funções geniais.

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Os discos são elaborados pela natureza para resistir a enormes pressões verticais, choques laterais, elongações brutais, torções e, ao mesmo tempo, propiciam uma mobilidade extraordinária (imagem abaixo).


Fonte: http://portal.rpc.com.br/midia/tn_311_600_bolshoidentro110649.jpg

Qual é o papel do disco?

Absorver os choques, o mesmo papel que uma suspensão hidráulica de carro ou caminhão.

O núcleo do disco é gelatinoso, o que faz a gelatina é a água. Para que o disco fique sadio, é importante que tenha água dentro. Quando a água está presente, ela repuxa as vértebras para longe uma da outra, aplicando uma tração tônica sobre as fibras e tocando perfeitamente o papel de absorção dos choques.

Vale a pena lembrar que a diferença entre o recém-nascido e o idoso é a hidratação dos tecidos.

Como se instala a artrose?

Para uma saúde integral da coluna, é importante que o núcleo esteja “bem regado”; e que o tecido em volta, essas várias camadas de fibras intricadas que contém corpúsculos cuja particularidade é reter a água, sejam também “regados”. Quando esses corpúsculos e o núcleo perdem essa possibilidade de hidratação e ressecam, a “doença” articular se instala.

Se os tecidos fossem corretamente nutridos, isso não aconteceria. Proporcionar hidratação e nutrição aos discos intervertebrais é indispensável para a saúde das cartilagens.

Mas essa nutrição está comprometida desde a possibilidade de ficar em pé. A força da gravidade modifica a localização do núcleo e “congela” as vértebras em posições determinadas, que levam a perda dos líquidos internos da articulação.

Para nutrir os discos intervertebrais e consequentemente manter a saúde correta das vértebras, o movimento é imprescindível; tração e compressão influenciam os intercâmbios nutritivos. Cada movimento, cada peso a mais, modifica o metabolismo dos discos.

A absorção de nutrientes será ótima durante o relaxamento profundo em decúbito dorsal, sobre as costas. Assim se favorece certa tração, devido à força da gravidade e cria um efeito de aspiração das partículas nutritivas em direção à articulação, ao conjunto vértebra/disco.

Ao contrário: ficar em pé ou sentado durante longas horas “espreme” os líquidos fora do disco, assim como as substâncias nutritivas. Ficar longas horas em pé, ou sentado, imóvel, e o maior perigo para a coluna vertebral.

Sabemos que no final do dia nosso tamanho diminui de 1 a 3 cm. Isso é devido à “baixada” de altura dos discos intervertebrais durante o dia. Durante o descanso noturno e graças a leve tração da força da gravidade, sobre a coluna, os líquidos são aspirados para dentro do disco e de seu núcleo.}}

Nossa conclusão é límpida. O pior para os discos é a falta de movimento, a imobilidade prolongada, demonstrando mais uma vez a nocividade de nossa vida contemporânea sedentária.

Compensação: práticas esportivas

Certos esportes como nadar de costas, crawl, mariposa (de bruxos não nos interessa muito), sabendo que a força da gravidade é parcialmente aliviada pela água. A corrida ao contrário, a cada passada comprime os discos.

Mas como nem todo mundo tem a possibilidade de nadar… O que nos resta? Você leitor que já é praticante de yoga sabe… A saudação ao sol.

Durante a saudação ao sol são movimentadas quase todas as articulações do corpo, e todas as vértebras.

Quando estiver praticando a saudação ao sol, é necessário focar a atenção, se interiorizar e desejar que cada vértebra seja movimentada. Alternando flexões e extensões, evitando cavar demais a região lombar, será uma benção para suas articulações.

Não importa a amplitude do movimento, o que importa é a mobilização do número máximo de vértebras. Assim, cada articulação terá sua dose do dia.

Você está cansada dessa “tradicional” saudação. Saiba que existem muitas versões, que vão das mais lentas e tranquilas até as mais atléticas.

Discos nutridos e movimentados podem nos acompanhar até o final de uma longa vida. A tese oficial da degenerescência inevitável devido à idade se verifica para quem é sedentário e não movimentam a coluna vertebral.

Indico um vídeo no link abaixo para quem quiser se aventurar numa saudação ao sol

http://ser-saudavel.blogspot.com/2009/05/yoga-surya-namaskar.html

*Fonte: Wikipedia