Yoga na terceira idade previne limitações físicas e traz vida plena

por Nicole Witek

Ganhei dois netinhos em menos de um ano! Foi um exercício e tanto para a memória. Não lembrava os primeiros meses de vida dos meus filhos. Fui perguntada: “Mamãe, como era para nós?”. Precisei recordar-me de como dormiam meus filhos, como se vestiam, amamentavam, comiam, a que horas isso ou quantas horas aquilo, que música, que roupa…?

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Os “como”, “quês” e “por quês” a tiro de metralhadora! Devo confessar que não lembro das dificuldades, talvez devido ao fato de ser uma pessoa que esquece rapidamente do que não foi agradável e só quer lembrar do que foi bom.

Leciono, dou palestras e formo professores para dar aulas de yoga para a terceira idade. Sempre falo e ensino a partir da minha experiência como professora e praticante. Hoje estou escrevendo como aluna da classe da terceira idade.

Fico feliz de ter praticado yoga até hoje. Vocês querem saber por quê?

No meu desejo de ajudar meus filhos com os filhos deles, preciso fazer um certo esforço: levantar os bebês do berço – o peso deles varia de 5 a 12 kg – haja força para pegá-los e colocá-los no tapete da sala, no carrinho, na cadeira alta… tanto para trocar fraldas como para sentar no chão para brincar.

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Levantar peso requer uma região lombar sólida e, ao mesmo tempo, flexível. Um peso carregado perto do corpo pesa menos que carregado na extremidade de um comprimento de braço de 1 metro. Pegar um bebê de 12kg do berço requer umas costas fortes e sólidas. Para que minhas costas resistam e para não ter dor, preciso equilibrar com o meu ventre. Obrigada ao yoga por ter uma musculatura abdominal firme, e principalmente a musculatura profunda.

Os exercícios de respiração e o fortalecimento da musculatura profunda do abdômen ajudam-me a participar da vida dos meus filhos com eficácia e serenidade.
Com o bebezinho de 2 meses, que pesa 5kg, carregar, manipular, virar de posição de costas para a posição de bruços em apoio no meu antebraço, tanto para embalar como para dar banho, não existe muita dificuldade. Porém com o bebê de 12kg as coisas se complicam, o esforço aumenta, pois os movimentos são de levantá-lo do berço, colocá-lo no chão ou levantá-lo para sentar na cadeira alta ou também levá-lo ao colo e colocá-lo na banheira, ajoelhar, engatinhar…

O que seria de mim se eu não pudesse ajoelhar, nem engatinhar e se eu tivesse dificuldades com os ombros, as pernas, joelhos, tornozelos ou mãos? Obrigada ao yoga que me manteve com flexibilidade de todas as articulações e boa disposição.

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Estou falando de carregar peso e de ajustes físicos para esses adoráveis bebês, mas no que diz respeito à disposição psicológica, mais uma vez digo: obrigada ao yoga.

Graças a ele não me importo de viajar de um continente para o outro, de trocar de um hemisfério para ou outro. Eu consigo muito bem ajustar meu relógio biológico de um fuso ao outro. Sei que as grandes distâncias que percorro o ano todo não são o cotidiano da maioria dos avós, mas essa grande energia também me permite aguentar tanto os choros demorados e sem explicações como as noites maldormidas.


Shiva: Deidade hindu que destrói nossa percepção negativa da realidade Graças ao yoga tenho o pique para acudir e apoiar meus filhos. É com muita felicidade que passo do papel de mãe para baby-sitter e que tenho a energia para ser como o Shiva (foto): vários braços e muitas facetas.

Assistir ao milagre da vida transmitida de geração por geração não teria graça se eu não estivesse tão bem fisicamente. Ainda mais, eu ficaria muito triste com o criador de assistir passivamente a minha decadência física e ver ao vivo esses bebês me precipitar ao túmulo.

Graças ao yoga eu vejo a transmissão da experiência e sinto que meus anos bem vividos poderão servir de base para meus filhos e também para meus netinhos crescerem melhor num mundo que sempre muda. Fico feliz de poder acompanhar todas essas mudanças participando no amadurecimento de meus filhos e da infância de meus netos de forma ativa e plena.

Mais uma vez, obrigada ao yoga por me permitir viver bem esses momentos livre de limitações físicas.

Obrigada ao yoga por curtir cada minuto com leveza.