Saí mal de um triângulo amoroso. E agora?

por Anette Lewin

“Vivi num triângulo amoroso onde o rapaz por quem eu estava perdidamente apaixonada, tinha um relacionamento sério com outra garota. Estive nessa situação delicada e sofrida por seis meses. Depois de tantos beijos e carinhos compartilhados, e depois de dois meses de sumiço, ele resolveu que eu não deveria mais fazer parte da vida dele. Meu mundo desabou. Senti-me usada, abusada e jogada fora. Perdi a coragem de conhecer outros rapazes, e até hoje, um ano depois, fico triste em me lembrar de tudo que nós vivemos e que só teve significado pra mim. Só eu amei.”

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Resposta: A conclusão que você tira de sua vivência amorosa tem um sabor bem amargo. "Só eu amei" é a descrição de uma solidão trágica, o desabafo de alguém que se coloca em posição de quem foi altamente iludida e abandonada.

A vitimização não vai ajudá-la em nada. Você não foi boba nem ingênua. Apenas resolveu viver uma relação amorosa não convencional, uma vez que o rapaz pelo qual você se interessou tinha namorada. Talvez tenha alimentado a fantasia de que ele poderia largar a namorada para ficar com você, mas isso não aconteceu. E raramente acontece. Ponto. Fim da história. O melhor jeito de lidar com a situação é pontuá-la dessa forma: foi bom enquanto durou.

Lembre-se que assim como qualquer aprendizado, aprende-se a amar amando. Levando tombos, levantando e tentando novamente. Tente tirar algo de útil do tombo que você levou.

Comece avaliando se acha que está preparada para relações não convencionais. Você entrou num triângulo amoroso sem avaliar direito as características e consequências desse tipo de relação.

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Poliamor em voga

Apesar do "poliamor" estar em voga, nem todo mundo tem a segurança emocional necessária para esse tipo de vivência. No seu caso você entrou na relação triangular se "submetendo" a ela, não optando por ela. O rapaz entrou no triângulo por opção, porque para ele ter duas mulheres foi bom durante algum tempo. Saiu da relação, provavelmente, porque administrar dois relacionamentos dá trabalho e ele não quis mais. E optou pela pessoa com quem ele já se relacionava há algum tempo de forma convencional. O que não quer dizer que não sentiu nada por você. Acredite que durante algum tempo você conseguiu cativá-lo sim. Evite deixar sua autoestima rolar ladeira abaixo em função de uma decepção amorosa.         

Ficar pensando em um relacionamento que já terminou há um ano e não tem a menor chance de ser retomado é, no mínimo, perda de tempo. Mesmo sem vontade, tente olhar para outros rapazes e tirar da cabeça que se você levou um tombo uma vez vai levar sempre.

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Cada relacionamento tem suas peculiaridades. E do mesmo modo que você se apaixonou por uma pessoa, pode se apaixonar por outras. Apenas, como já foi dito, tente entender melhor qual o tipo de pessoa que cabe dentro dos seus projetos afetivos. Você já viu que, para você, namorar alguém que já tem namorada é sofrido.

Que tal selecionar pessoas que não têm compromissos numa próxima tentativa? E deixar triângulos amorosos para quem aguenta tombos melhor do que você?

Sim, nós somos responsáveis pelas nossas escolhas e suas consequências. Então, é melhor abrirmos mão de situações complicadas se não gostamos de complicações.

Aos poucos, certamente, você vai aprender a distinguir quem está disponível para um relacionamento mais profundo e quem está a fim de aproveitar da disponibilidade do outro para, apenas, viver bons momentos. E entender que tipo de relacionamento você pretende viver em cada fase da sua vida.

Lembrando que as intenções de uma pessoa são medidas pelos seus atos e não pelas suas promessas. Aliás, em geral, quem precisa prometer algo no futuro para seduzir é porque não acredita que tem algo bom para oferecer no presente. Quem confia em si mesmo não promete; oferece o que tem e deixa o futuro para quando ele se tornar presente.

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um médico e não se caracteriza como sendo um atendimento.