Neuroplasticidade: como aprendemos?

por Marta Relvas

Existem quatro tipos de neuroplasticidade no desenvolvimento humano. A plasticidade neuronal ocorre ao longo da vida dos neurônios, pois apresenta-se como resposta às experiências, a qual ocorre com novas aprendizagens, desafios, em novas experiências; após lesão cerebral, e na neurogênese – origem da formação das células neurônios.

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A plasticidade neuronal faz-se primordial no processo da aprendizagem, pois o cérebro é composto por diversas áreas com funções específicas, mas também pode assumir novas e outras funcionalidades.

Segundo Consenza e Guerra (2011), a aprendizagem do ponto de vista neurobiológico “se traduz pela formação e consolidação das ligações entre as células nervosas. E é fruto das modificações químicas e estruturais no sistema nervoso de cada um, que exigem energia e tempo para se manifestar”.

A aprendizagem acontece via comunicação entre os neurônios e esta resulta do crescimento ou nas alterações das células quando o axônio (prolongamento da célula neurônio) recebe um potencial de longa duração com estímulos fortes, quando isso acontece gera a comunicação, ou seja, a passagem de informação de uma célula a outra por um neurotransmissor.

A melhor maneira de saber como ocorre o desenvolvimento da plasticidade cerebral é conhecendo os neurônios, suas conexões sinápticas e organização das áreas cerebrais. Vale lembrar que a base da aprendizagem é a memória, tendo esta a capacidade de “reprodução mental das experiências captadas pelo corpo por meio dos movimentos e sentidos. E também a capacidade de planejamento, abstração, julgamento crítico e atenção.

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O humano é constituído de memória emocional e racional, e estas agem em conjunto na resolução dos problemas, e o sistema límbico apresenta-se como eixo fundante entre a função do prazer e o aprendizado. Ainda neste circuito destaca-se o hipocampo, uma estrutura neuroanatômica responsável em arquivar nossas histórias e memórias, e também, faz a seleção das informações, podendo “descartá-las” para a memória de curto prazo, enviando-as para as distintas áreas do córtex, as quais fazem permutas com os neurônios. Nesse estágio a área do cérebro que passa a coordenar essa função executiva é o córtex pré-frontal, pois este realiza a organização, o arquivamento e a classificação das informações.

A principal funcionalidade a ser destacada para aprendizagem é que nesta área as memórias fundem-se, dando origem ao raciocínio. Essa complexa teia intricada de informações precisa fazer sentido e significado para que o cérebro do estudante assimile e compreenda conceitos, com o objetivo de transformá-los em conhecimentos contextualizados e aplicados para a vida.