Como falar o que pensamos? Há um limite saudável para não magoar o outro?

por Samanta Obadia

“Penso, logo existo” ou “cogito, ergo sum”, para os eruditos. Pensar, pensar e pensar. Os racionalistas sempre se preocuparam tanto com isso. Mas, e como falar o que pensamos? Ah! O falar. Que distância imensa essa que existe entre o pensamento e a palavra. Que percurso perigoso!

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Todos nós, em algum momento, já experimentamos um grande arrependimento depois de emitirmos palavras tolas que foram mal interpretadas ou que feriram alguém. Difícil é a comunicação entre nós humanos, pois a linguagem é repleta de significados.

E quando os sentimentos estão à flor da pele, na paixão ou no ódio, tudo fica ainda mais confuso. As palavras saem tortas, nada se pode escrever. São impulsos que não passam pelo pensar.  

Essa situação se complica ainda mais quando acontece no mundo virtual, sem o contato direto com o outro. Discutir a relação pelo aplicativo do WhatsApp enlouquece. As letras frias entorpecem o leitor, o tempo de resposta vira significado e os ‘emoticons’ aumentam as dúvidas.

Errar ao falar não é privilégio de ninguém. Todos nós passamos por isso, até entendermos as nossas emoções e os nossos limites.

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Com a maturidade e o aprendizado a partir do verdadeiro autoconhecimento, entendemos que é preciso respirar o ar do outro, para pensar antes de falar; que devemos usar a tolerância como base antes de emitir uma opinião.

De toda forma, vale uma dica: esteja presente no encontro ao comunicar-se com alguém, pois a presença sempre será um apoio para o que sair torto, o olhar pode pedir desculpas, a expressão facial pode estar a dizer o contrário das palavras, as mãos podem tocar quando não se sabe o que dizer, e a boca que beija pode impedir novas palavras rudes, porque o corpo se comunica fora do pensamento  e tem maiores dificuldades para mentir, o que o faz mais sábio que a razão.