Mitos e verdades sobre intolerância à lactose

Da Redação
 
A dificuldade em digerir o açúcar existente no leite e seus derivados é uma realidade para muitas pessoas. A nutricionista Kátia Terumi M. R. Ushiama esclarece o problema e alerta que o diagnóstico não deve ser sinônimo de desespero.

Confira abaixo algumas dicas da nutricionista:

Continua após publicidade

Não é preciso viver para sempre sem lactose

O tratamento inicial é a retirada total da lactose da dieta para reduzir o desconforto, como gases e inchaço abdominal. Mas, após liberação médica, é possível tentar a reintrodução de alguns derivados do leite, como queijos e iogurtes, de forma gradativa para observar a tolerância do paciente.

Segundo a professora titular em Nutrição Humana Jocelem Salgado: “Pessoas com intolerância à lactose melhoram seus sintomas ao reduzir a quantidade de alimentos que contêm esse carboidrato, como o leite, iogurte, queijo, creme e manteiga, e a maioria toleram pequenas quantidades sem sintomas. Não obstante, algumas pessoas desenvolvem sintomas com uma diminuta quantidade de lactose. Caso o individuo não consiga tolerar a ingestão de uma pequena quantidade de lactose, existem enzimas lactase disponíveis no mercado que podem ajudar na digestão.”

Jocelem complementa: “Evitar a lactose contida em produtos lácteos depende do grau de tolerância a esse carboidrato, que é usualmente diagnosticado clinicamente mediante o teste de tolerância à lactose (LTT, Lactose Tolerance Test). Alguns indivíduos intolerantes à lactose podem ser capazes de tolerar alguns produtos lácteos. Existem no mercado alternativas alimentares como o leite deslactosado, sendo um produto eficaz, mas o seu sabor doce tem limitado sua aceitação. Esses produtos deslactosados são geralmente obtidos mediante processos enzimáticos, onde a lactose é decomposta à glicose e galactose, como resultado se reduz a concentração de lactose nos produtos lácteos, permitindo o consumo de leite por pessoas intolerantes a esse carboidrato”.

Continua após publicidade

“Estudos têm indicado que a tolerância à lactose aumenta quando esse carboidrato é consumido com uma refeição”, conclui Jocelem Salgado.  

A quantidade de lactose muda conforme o alimento

Alguns derivados contêm menos lactose e podem ser tolerados, por isso é preciso reintroduzi-los aos poucos, para detectar o nível de intolerância de cada pessoa. Não é possível definir uma dosagem exata de ingestão diária, pois não se pode mensurar a quantidade de lactase, enzima que digere a lactose, que o indivíduo produz.
 
Produtos sem lactose não têm menos cálcio

Continua após publicidade

A exclusão inicial de leite e seus derivados da alimentação não está diretamente relacionada à deficiência de cálcio na dieta. Esses produtos não apresentam diferença no teor do mineral em suas composições.
 
Substituir lácteos por leites vegetais merece atenção

Se o indivíduo optar por não consumir lácteos sem lactose, a substituição dos lácteos por leites vegetais, como soja e arroz, pode ser feita, porém, nesse caso, é preciso incluir fontes vegetais que contenham cálcio, como folhas verde-escuras, sementes e oleaginosas – castanhas e nozes, por exemplo.
 
Evitar é a melhor saída

Mesmo que de forma não tão aparente, alguns alimentos possuem grande quantidade de lactose em sua produção e devem ser evitados. Nesta lista estão pudins, flans, sorvetes cremosos, chocolates ao leite, manteiga, preparações com creme de leite, molho branco e gratinados.
 
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um médico ou nutricionista e não se caracteriza como sendo um atendimento.