Estudante da UFJF vai disputar jogos paraolímpicos panamericanos

Da Redação

A estudante do curso de Especialização em Esportes e Atividades Físicas Inclusivas para Pessoas com Deficiência da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Gévelyn Cássia Almeida de Quadros, vai representar o Brasil nos Jogos Parapanamericanos Universitários (Parapan Universitário), entre os dias 9 e 19 de julho, em São Paulo. A classificação é resultado do excelente desempenho da atleta nos Jogos Paralímpicos Universitários Brasileiros realizados no início deste mês (9 a 12 de maio), também na capital paulista.

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Na competição nacional, Gévelyn garantiu duas medalhas de ouro: uma na prova de arremesso de peso e outra na de lançamento de dardo. “No arremesso de peso consegui melhorar a minha marca pessoal e assumi a liderança do ranking brasileiro na prova na classe F55 (cadeirantes que competem em banco). A conquista foi especial este ano, pois foi meu tri-campeonato na competição nas duas modalidades”, comemora a atleta.

Autossuperação: esporte é uma arma poderosa

De acordo com o Doutor em Psicologia do Esporte, Renato Miranda, professor da UFJF que lança agora seu segundo livro com coletâneas de artigos publicados previamente no Vya Estelar veja aqui – a prática esportiva leva o atleta a desenvolver habilidades como:

a) Reconhecer limites pessoais (técnicos, físicos, táticos e psicológicos);
b) Equacionar o impacto emocional das derrotas e vitórias momentâneas;
c) Atribuir as causas das derrotas e vitórias conscientemente;
d) Definir metas realistas a partir dos limites pessoais;
e) Fazer avaliação dos resultados em competições como norma individual. Por exemplo, “O quanto evolui?” “O quanto estou melhor?” “O quanto preciso melhorar?”.    
     
Aos 37 anos, Gévelyn é um exemplo de dedicação e amor ao esporte. Desde a infância sempre interessou-se em disputar competições entre escolas e, aos 24 anos, conheceu o esporte adaptado. “O esporte adaptado eu conheci cinco anos após um atropelamento, ocorrido no ano de 2000, que me deixou cadeirante. O esporte na minha vida é algo gigantesco que não posso definir em uma palavra só. Tem grande significado principalmente na minha autoestima e superação de limites”.

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As primeiras modalidades esportivas adaptadas escolhidas pela atleta foram o basquete em cadeira de rodas e o atletismo, seguidos por handebol em cadeira de rodas e paracanoagem.

Em 2008, Gévelyn precisou reunir forças para superar os traumas de um segundo atropelamento. “Naquele ano um segundo acidente traçava uma nova história na minha vida de atleta. Devido a um atropelamento quando já era cadeirante, tive várias lesões no braço. Passei por uma cirurgia em que colocaram placas e parafusos, e amputaram parcialmente um dedo de minha mão direita. Também tive várias fraturas no quadril.”

A readaptação à nova realidade e o desejo de permanecer atleta levaram Gévelyn ao arremesso de peso e ao lançamento de dardo, modalidades nas quais é medalhista. “Tive que me readaptar, devido a uma limitação de movimento no meu punho direito. Tive muitas dificuldades em manter algumas atividades, além de muitas dores e inchaços. Tudo isso acabou fazendo com que migrasse para essas modalidades”, conta a atleta.

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Gévelyn é natural de Passo Fundo (RS), mas reside atualmente em Balneário Camboriú (SC). Graduada em Educação Física, é aluna na modalidade educação a distância (EAD) na Universidade Federal de Juiz de Fora desde 2017. Além das aulas na Plataforma Moodle (“sala de aula virtual”),  realiza os encontros presenciais do curso de Especialização em Esportes e Atividades Físicas Inclusivas para Pessoas com Deficiência no Polo da UFJF,  em Santos (SP).

Mais informações: gevelyncassia@gmail.com