Transtorno do pânico e agorafobia

Por Regina Wielesnka

Hoje pretendo discutir brevemente os fatores que podem gerar o quadro psiquiátrico denominado transtorno do pânico, do qual a agorafobia (saiba mais) é uma frequente complicação.

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A maioria dos fenômenos humanos é entendida de forma mais completa se pensarmos que geralmente uma soma de fatores, com pesos diferentes cada um, variável entre indivíduos, é que resulta, ou não, no transtorno de pânico. Primeiro, há a predisposição genética, transmitida pela família ou uma mutação no código genético, que pode favorecer o surgimento do ataque de pânico. Mas de que modo a predisposição pode ser ativada? Um deles é a ocorrência de estressores. Mudanças na vida como um divórcio turbulento, desemprego, violência doméstica, doenças crônicas do indivíduo ou sua família, não há limite para essa lista.

Para os eventos terem propriedades estressoras deve-se levar em conta a história de vida e as habilidades de enfrentamento e resolução de problemas do indivíduo. Quem tem mais jogo de cintura para lidar com a vida (e isso pode ser aprendido a qualquer tempo, inclusive com o auxílio da psicoterapia), terá chances menores de reagir às dificuldades como fenômenos de grande monta, de extrema intensidade e assim a predisposição genética tem seu peso diminuído. Sim, tudo deve ser colocado em perspectiva e avaliado caso a caso.

A ingestão de certas substâncias psicoativas (como ecstasy, cannabis, cogumelos alucinógenos, e outras tantas) também pode afetar o cérebro de indivíduos mais sensíveis e induzir ao primeiro ataque de uma série, como se ligasse um sistema.

Não se denomina transtorno de pânico se os sintomas forem secundários a um quadro neurológico como um tumor cerebral ou endocrinológico, como disfunções da tireoide. Faz-se necessário avaliar cautelosamente a condição geral da saúde do indivíduo, para assegurar condutas medicas  adequadas.

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Resumindo, em termos de etiologia (causas) há uma mistura de fatores, e geralmente a herança genética e a exposição a situações de sofrimento intenso e/ou prolongado, com restrita habilidade para manejo dos problemas tendem a ser fatores de considerável importância.

Continuarei com mais esclarecimentos nas próximas colunas.