Distúrbio, dificuldade e transtorno de aprendizagem: neurobióloga explica a diferença

Por Marta Relvas  

É muito necessário que os educadores reconheçam as diferenças entre esses termos, que aparentemente são conceituais, mas no refinamento do olhar e da escuta desse professor, esses termos procedem total diferença.

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Um termo está atrelado ao outro. Porém, quando se fala em Transtornos ou Distúrbios, esses estão  ligados a alguma patologia – doenças que permeiam o orgânico e que sem dúvida acarretam disfunções não só físicas, mas mentais e sociais.

Os transtornos de aprendizagem compreendem uma inabilidade específica, como a leitura, escrita e a matemática, em indivíduos que apresentam resultados significamente abaixo do esperado para o seu desenvolvimento, escolaridade e capacidade intelectual.

O transtorno de aprendizagem pode ser suspeitado também em criança que apresenta algumas características, tais como: Inteligência normal, ausência de alterações motoras ou sensoriais, bom ajuste emocional. Porém, por vezes “camuflados”, e com padrão de vida socioeconômica e cultural aceitável.    

O termo dificuldade não implica que, necessariamente, o indivíduo tenha uma patologia, mas se apresenta pontualmente com alguns obstáculos não superados, por um determinado tempo, que, logo depois de cuidado, retorna para sua vida cotidiana normal.

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Em outras palavras: a presença de uma dificuldade de aprendizagem não implica necessariamente num transtorno, que se traduz por um conjunto de sinais sintomatológicos que provocam uma série de perturbações no aprender da criança, interferindo no processo de aquisição e manutenção de informações de uma forma acentuada.

As dificuldades de aprendizagem não estão ligadas apenas aos sistemas biológicos cerebrais, mas podem ser causadas por problemas passageiros, como por exemplo, um conteúdo escolar, que nem sempre oferece à criança condições adequadas para o sucesso, devido à metodologia utilizada pelo professor. Nessa categoria, incluem-se, também, as dificuldades que a criança pode apresentar em algum momento da vida, como a separação dos pais ou a perda de alguém, trazendo então problemas psicológicos, comportamentais, falta de motivação e baixa autoestima.

É importante também esclarecer que as dificuldades de aprendizagem podem ser secundárias para outros quadros avaliados, tais como: alterações das funções sensoriais, doenças crônicas, transtornos psiquiátricos, deficiência mental e doenças neurológicas. As doenças neurológicas mais frequentes que causam dificuldades de aprendizagem são: paralisia cerebral, transtornos de déficit de atenção/hiperatividade.  

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As síndromes apresentam-se como um conjunto de sinais e sintomas. Os sinais são características, pistas, indicações externas observadas pelo avaliador, enquanto o sintoma é a queixa descrita pelo próprio indivíduo.

Importante ressaltar  que o professor pode desenvolver a observação dos sinais e a escuta dos sintomas do estudante. Porém, o diagnóstico final tem que ser de um especialista específico da área. O professor como mediador do processo da aprendizagem tem indicadores que possibiltam o diagnóstico mais preciso podendo, então, faciltar a prevenção ou no tratamento de uma determinada dificuldade – biológica, psicológica, social.