Você pode se considerar democrático mas não sê-lo

Por Blenda de Oliveira

Hoje participei de uma cena que julgo deplorável. Estava num café e, ao meu lado, três amigos discutindo política. Dois eram petistas, mas irão votar em Marina. Um outro, simplesmente, declarou o voto em Bolsonaro.

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Quase a terceira guerra instalada! Os rapazes da “esquerda” atacavam o suposto amigo de burro, ignorante, fascista e falavam alto:

“Cara, você é inteligente! Que aconteceu? Ficou burro de uma hora para outra?”

Cada vez em que o eleitor de Bolsonaro tentava se justificar, os outros dois falavam mais alto e conseguiam calar o “amigo”. O curioso é que defendiam a democracia e espumavam de ódio, porque o amigo não comungava das mesmas ideias.

É da democracia espumar de ódio, se quiser, mas é da democracia também o direito legítimo de cada um dar o seu voto para quem queira. Goste ou não!

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Já vi muitos intelectuais do Facebook tratar pessoas que vão votar em Bolsonaro como cidadãos de segunda categoria. Pessoalmente, acho péssimo. Será que não é possível discordar e discutir ideias? Precisa depreciar a pessoa? Constranger?

Se incomodar tanto, deleta do seu grupo, esquece. Isso também é democrático.

As pessoas não conseguem mais conviver com uma opinião que as desagrada sem transformar isso em ódio, sarcasmo, lição de moral barata e depreciação.
 
Há pessoas excelentes e inteligentes que votam no PT, PSDB, Bolsonaro, Ciro, Boulos, no orangotango… Qualquer coisa que queira!

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Há os que anulam, votam em branco ou não saem de casa para votar. Isso É UM DIREITO! Não é crime, ok?

Basta de tanto ódio.