Viver: é hora de nadar ou de se deixar levar pelas águas?

Por Samanta Obadia

“O bom de ficar velho é que dá uma preguiça de sofrer”
Tati Bernardi

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Entender determinados pensamentos em relação ao sofrer não é fácil. Como esse de Ivan Turgueniev, quando diz: “Queres ser feliz? Aprende primeiro a sofrer”.

Nosso desejo infantil pela satisfação e pelo prazer nos faz projetar um mundo de águas doces, mansas e mornas. Mas a vida, na maioria das vezes, se assemelha aos mares profundos e escuros, com marés altas e baixas, com ondas traiçoeiras e naufrágios inesperados.

Todavia, a maturidade nos traz tolerância para observar a correnteza, discernindo o instante de nadar ou o de se deixar levar pelas águas.

Hoje sei que novas dores me fazem mais forte e mais capaz. Não que eu as busque. Contudo, quando se apresentam em minha vida, não fujo, as acolho como algo benéfico, pois sei que no mínimo me farão ter uma escuta mais sensível aos meus pacientes e pessoas próximas.

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A dor e o prazer, quando experimentados, nos aproximam do outro num lugar singular, onde o entendimento é ampliado. E isso é sempre bom.

Sem medo do sofrimento, nos tornamos mais valentes. Afinal, da mesma forma que um atleta não foge da dor em seu preparo físico, nós não devemos temer os obstáculos do caminho, posto que são esses que nos farão peregrinos mais dispostos e sagazes.

Assim, fica mais simples entender a frase de Ivan Turgueniev. Porque se conseguirmos usar os sofrimentos da vida a nosso favor e dos outros, encontrar a felicidade nessa troca e convívio será parte do processo.

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