Não respondo aos antidepressivos: o que faço?

Por Joel Rennó Jr.

Muitos pacientes deprimidos deparam-se com esse drama: a não resposta ou resposta parcial ao tratamento.

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Obviamente é muito frustrante para quem quer e precisa melhorar dos sintomas da depressão.

Sabia que isso pode ocorrer em cerca de 40% a 50% dos pacientes que utilizam antidepressivos?!

Uma boa notícia é que existem alguns testes farmacogenéticos, uma grande esperança de maior eficácia e acerto dos tratamentos.

Exame farmacogenético, o que é?

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Testar como o remédio é metabolizado em seu corpo auxilia na escolha da medicação

O exame farmacogenético analisa o papel dos genes na metabolização de diversos medicamentos que ocorre no fígado.

Notadamente, os genes das enzimas hepáticas do citocromo P450, responsáveis por metabolizar os medicamentos.

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Em cerca de 75% das pessoas, esse processo ocorre em uma velocidade normal, enquanto o restante ou metaboliza ultrarrápido ou lentamente.

O paciente que metaboliza rapidamente tem uma enzima que faz com que o fígado trabalhe muito rápido aquela substância e o medicamento nem tem tempo para produzir seu efeito terapêutico no organismo.

Já os que metabolizam devagar, por sua vez, provocam acúmulo do remédio no corpo, o que pode gerar efeitos colaterais sérios, como intoxicação.

O teste, então, indica a característica de cada um, mostrando a quais remédios cada paciente tem chance de responder melhor.

Assim, o tratamento poderia ser mais personalizado e, portanto, mais eficiente.

Antidepressivos: outros fatores

Sabemos que a metabolização hepática dos antidepressivos não depende apenas dos fatores genéticos medidos pelo teste.

Ela pode sofrer influência de fatores ambientais não mensurados como:

– Alimentação
– Consumo de Álcool
– Cigarro
– Outros medicamentos em uso

Tipos de metabolizadores

Há metabolizadores lentos, moderados, rápidos e ultrarrápidos.

Enquanto os metabolizadores lentos costumam ter mais efeitos colaterais, os ultrarrápidos possuem níveis baixos do medicamento no plasma e poderiam ser mais resistentes ao tratamento.

Só que até o momento conhecemos muito pouco a respeito dessas complexas interações genéticas.

Outro detalhe: não há explicações convincentes até agora de que níveis plasmáticos baixos dos medicamentos estejam associados à sua ineficácia como alguns laboratórios responsáveis por tais testes alegam. Ou seja, ainda há que se esclarecer melhor o assunto.

Mas, sem dúvida, no futuro estes testes podem vir a ser instrumentos muito valiosos. Inclusive se os valores cobrados estiverem mais baixos do que os praticados hoje, ainda muito caros.