De A a Z: o significado da religião no relacionamento amoroso

Verbete explicado a partir do e-mail enviado por uma leitora:

“Olá. Já tentamos de tudo e não fazemos mais as coisas juntos,  não planejamos juntos. Nunca fomos amigos apesar de nos gostarmos, casamos por causa da religião. A cada ano percebo o desgaste aumentar. Quero me separar mas tenho medo de sofrer muito. Qual indicação você poderia me dar?”

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Por Anette Lewin

Se vocês se casaram por causa da religião, parece que agora chegou a hora de rever esse casamento e o que essa união de fato oferece a vocês.

Você diz que vocês se gostam. E diz isso no plural “apesar de nos gostarmos”, você escreve. Sinal de que existe algum grau de cumplicidade na relação. Talvez vocês não saibam transformar essa cumplicidade em ações a dois. Porque a religião oferece os princípios , mas não os meios; diz o que fazer mas não como fazer. Será que é possível mudar isso? Talvez. Se você começar com pequenas propostas que sejam agradáveis para os dois, é possível despertar no casal a sensação de que agem juntos. Tomar um café, um sorvete, comprar algo para a casa ou arrumar juntos algo que quebrou pode ser o começo. E a partir daí, encontrar um sentido para o relacionamento que transcenda o casamento pela religião.

Casar-se com alguém da mesma religião não é, por si só, passaporte para o sucesso ou para o fracasso do relacionamento. Parece que você está numa postura ambígua com relação à responsabilidade que a religião tem nos problemas que vem enfrentando. Afinal, como foi dito, vocês se gostam. A relação não parece ser apenas uma imposição que você engoliu sem questionar. Assim, talvez valha a pena tentar dar a esse casamento um tempero pessoal. Afinal, nenhuma religião apresenta todos os passos que o casal deve seguir para ter sucesso no relacionamento amoroso. A religião dá apenas uma diretriz básica. O resto tem que ser construído no dia a dia através de boa vontade, da compreensão das necessidades de cada um, da generosidade, do saber perdoar eventuais erros e da persistência para chegar aos objetivos em comum.

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Amadureça essa ideia em sua cabeça, faça pequenas tentativas de agir em conjunto e veja se consegue “se casar novamente” com a pessoa que você escolheu através do meio religioso. Para isso, é preciso prestar muita atenção nas características dessa pessoa e nas suas próprias características e ver se você a escolheria caso ela não fosse da sua religião. E a partir daí entender melhor como esse relacionamento funciona e se vale a pena continuar com ele ou se seria melhor enfrentar o medo do sofrimento e arriscar numa nova relação.

De qualquer forma, risco por risco, parece mais lógico tentar antes arriscar novas atitudes dentro do casamento do que sair dele com a sensação de que não esgotou todas as possibilidades de transformá-lo em um casamento saudável e amadurecido através do toque pessoal de cada um de vocês.

Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.

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