Aceite o mistério à sua espreita: não há resposta para tudo

Por Juliana Vannucchi

Qual é o limite de nosso conhecimento? Até que ponto, nossa natureza permite que desvelemos os enigmas que compõe a existência?

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Há um limite. Definitivamente, não sabemos tudo a respeito do mundo que nos cerca. Isso talvez seja até óbvio, embora poucas vezes paremos para pensar sobre esse fato. Por isso estou aqui novamente. Minha presença não é física, mas se dá através dessas palavras, escritas por mim numa manhã quente de verão. Eu te convido mais uma vez, a exercitar a sua mente: vamos refletir?

Ao longo de toda a nossa jornada por este mundo, encontramo-nos carentes de muitas respostas. Isso por vezes é perturbador, mas é certamente um fato do qual não podemos escapar. Quanto mais nos lançamos em busca do conhecimento, mais dúvidas tendem a surgir – talvez seja justamente por isso que algumas pessoas proponham-se a evitar a reflexão, pois as incertezas geradas pelas dúvidas, arrastam-nos para fora de nossas zonas de conforto.

A natureza está sempre se alternando, e nós, tanto no aspecto físico quanto mental, também, em certo sentido, acompanhamos tal mudança. “Tudo muda”, dizia Heráclito. E dizia ainda o filósofo de Éfeso: “Somos e não somos”. Sou e não sou. Fui e não sou mais. Resolvi alguns problemas, mas novos surgiram. Certezas, que eram antes tão sólidas, foram demolidas. Caminho – assim como você – “num mar de incompreensibilidades”, conforme certa vez escreveu Arthur Schopenhauer. E quanto mais nos esforçamos para responder as perguntas que nos assolam, mais tendemos a perceber o quanto estamos carentes de respostas. Talvez alguns indivíduos encontrem mais respostas do que outros. Alguns preferem se iludir, apenas fingindo ter encontrado soluções.

Diante dos enigmas cotidianos, cada um age de uma maneira diferente. O importante, acredito, é sair da caverna. Lançar-se, corajosamente num oceano de dúvidas. A “dúvida libertadora”, que ao menos induz a trilhar um caminho diferente, distante das convicções e do senso comum.

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Explore a via do desconhecido. Conforme canta Jim Morrison, na música “Unhappy Girl”:
(…)

Voe rápido para longe
Não perca a sua chance
De nadar no mistério

(…)

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Apenas conviva com o desconhecido. Aceite que o mistério o cerca. Olhe e encare esse mundo estranho: viva-o. Entenda que não há resposta para tudo e reconheça a possibilidade de que pode haver, ao seu redor, muito mais coisa do que se imagina… Talvez, coisas fantásticas, alucinantes e bem diferentes do que imagina…