Como expressar afeto com um namorado de outra cultura?

E-mail enviado por uma leitora:

“Meu namorado é americano e quando expresso meus sentimentos, ele fica sem-graça e nunca faz o mesmo. Quando reclamo, ele diz: ‘nós americanos não expressamos sentimentos’. Não sei o que fazer… como saber se ele também gosta de mim?”

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Resposta: Sua pergunta leva a uma reflexão muito interessante sobre as formas de expressar afeto. Muitas vezes as pessoas criam expectativas com relação a determinados padrões afetivos formais e, se eles não aparecem na relação, as pessoas concluem que não são amadas. Abraços, carinhos físicos, presentes, palavras românticas, são exemplos desse padrão formal. Só que nem todos estão dispostos a seguir regras, principalmente quando essas regras se referem apenas a costumes sociais. E aí, acontece o que você relata em seu e-mail: você fica perdida, sem saber se é amada ou não…

Antes de mais nada, podemos dizer que cada um ama à sua maneira. Além dos padrões sociais existem as características específicas de cada pessoa, o que faz com que seja impossível mensurar o amor através de atitudes padronizadas. Assim, cada um deve avaliar se é amado pelo conjunto dos comportamentos do parceiro, e não por comportamentos isolados.

Formas alternativas de expressar o amor
 
Voltando a você, cara internauta, que namora um americano que não está acostumado a expressar afeto da mesma forma que os brasileiros, vale fazer um levantamento de comportamentos que podem substituir beijos, abraços e palavras melosas como expressão de amor. Ele está ao seu lado nos bons e nos maus momentos? Ele te respeita? Existe uma constância nesse namoro? Vocês fazem planos para o futuro? Bem, esses comportamentos podem sinalizar amor. Amor expresso do jeito dele. Você tem seu padrão que não pode ser imposto ou exigido dele. Pelo menos não num primeiro momento.

É claro que, com o tempo de convivência, as demonstrações de afeto podem adquirir uma forma decorrente de características dele misturadas com as suas. Aliás, essas demonstrações construídas pelo casal costumam ter mais valor e confiabilidade do que os padrões formais. Assim, tente estabelecer respostas afetivas através das vivências pessoais do casal. Ao invés de dizer “eu te amo”, busque um gesto que ressalte um momento importante de vocês. Por exemplo: um olhar cúmplice, um aperto de mãos, um sorriso a dois. Tente alguns até descobrir a qual deles ele responde melhor. E assim, aos poucos, vá criando uma história que só pertence a vocês, sinais que só vocês entendem, uma linguagem pessoal intraduzível para as multidões. Afinal, o amor tem que ser reinventado para que sobreviva. Tanto no conteúdo quanto na forma. Arregace as mangas e vá em frente.

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Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.