Qual o preço de se buscar a perfeição?

Por Ana Lúcia Paiga
 
Temos visto a força das mensagens que a Criança recebe em seus primeiros anos de vida, determinando suas crenças e consequentes padrões de comportamento (Criança Adaptada cumprindo seu Script, podendo ser submissa ou rebelde).

Há algumas destas mensagens que são universais em nossa cultura e o psiquiatra canadense Eric Berne as chamou de Impulsores. Ou seja, todos nós somos expostos a eles que nos forçam a seguir essa determinação, para sermos amados.

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Um deles é o “Seja Perfeito”. Quase todos nós o temos como principal guia em alguma área de nossa vida (afetiva, profissional, social). Em geral os homens devem ser profissionais perfeitos, as mulheres mães perfeitas, além de outras tantas possibilidades.

Obrigação de sempre ir além  

Esta “obrigação” faz com que eu me cobre internamente, de sempre ir além, pois nunca estou satisfeita com meu resultado, sempre poderia ser melhor, uma vez que o “Perfeito” não existe. A linguagem é rebuscada, crítica, e exigente ao extremo. É necessário controlar tudo para que nada saia errado. Em casos extremos o perfeccionista se torna obsessivo, podendo até desenvolver TOC (comportamentos obsessivos compulsivos) para lidar com seu medo de falhar. No fundo o perfeccionista sabe que jamais poderá atingir seu objetivo à altura de suas expectativas.

Duas atitudes extremas do perfeccionista

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Isto nos leva a dois comportamentos extremos:

1- Vou me empenhar ao máximo, obter bons resultados, mas estar sempre insatisfeito.

Ou

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2- Não vou nem começar, vou dizer que não tenho interesse, pois acredito que jamais vou conseguir meu objetivo.

O número 1 será uma pessoa bem-sucedida, talvez admirada , mas estressada e insatisfeita.

Já o número 2 será um eterno inseguro e não desenvolverá seu potencial, sempre justificando que aquilo não lhe interessa. Dessa forma acredita que evita o fracasso(permanecendo nele).

Bem, então como lidar com isso?…

Temos falado constantemente na atuação de um Pai Protetor interno que estimula a Criança Natural a ser ela mesma, reconhecendo suas habilidades e as valorizando. Se eu acredito que posso ser aceita manifestando o melhor de mim, e não o “Perfeito”, vou me motivar a crescer, me comprometer, confiando que será o suficiente para atingir meus objetivos, valorizando minhas capacidades.

Se precisar ser perfeita, jamais terei alegria com minhas conquistas, não as reconhecerei, pois nunca serão suficientes.

Pare de se cobrar. Reconheça a si mesmo. Faça o seu melhor e sinta-se grato.

Dessa forma manifestará o ser único que você é!