Não sei se fico ou não no meu trabalho. Como decidir?

E-mail enviado por uma leitora:

“Boa noite. Estou muito indecisa em relação ao meu trabalho, não sei se fico ou não. É uma sensação de ao mesmo tempo querer estar lá e ao mesmo tempo não. Trabalho com telemarketing; é um emprego estressante demais, ainda mais na área de cobrança, só que eu fiquei tanto tempo desempregada e peguei o primeiro que apareceu. Estou há um mês lá, mas não gosto, por causa dos clientes. Os colegas de trabalho são muito legais, os clientes é que tornam tudo insuportável. Já pedi duas vezes pra sair, mas minha supervisora, que é muito legal, sempre fala que não é pra desistir. Não sei o que faço. Obrigada desde já pela sua atenção!”

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Resposta: Entendo e sou empática ao que me conta! Desafiador seu momento de vida, carregando um dilema como esse.

Tenho plena consciência de que é um trabalho difícil e desafiador, ouvi estes dias uma Gerente de Cobrança, que é minha cliente, dizer que temos que pensar que não estamos simplesmente cobrando uma pessoa, mas, mudar a visão, pensando que estamos ajudando aquela pessoa no pior (ou um dos piores) momentos de sua vida. Assim, mudamos o foco e a forma como enxergamos cada cliente e o propósito do nosso trabalho.

Parece simples, mas, acredite, existe uma técnica que usamos com os clientes de coaching que, se feita com dedicação e sinceridade, pode te ajudar muito a clarear as coisas.

Pegue um papel sulfite, uma caneta e divida a folha em dois blocos (passe um risco no meio). De um lado todos os prós deste trabalho, do outro, os contra.

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Em outra folha, da mesma forma, os prós de continuar no trabalho, os benefícios para sua vida e carreira e, do outro lado, o contrário.

Ou seja, estaremos trabalhando prós e contras da situação, para que você enxergue melhor o cenário.

Depois disso (leve tempo, se dedique), anote com sinceridade todas as opções (sem restrições, a princípio, como: “não tenho dinheiro, não tenho tempo” etc.) e saídas para esta situação; as alternativas que você tem (acredite, você tem!) para resolver o que te aflige.

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Outro exercício

Além disso, faça outro exercício: se fosse uma amiga te contando esta situação, como você a aconselharia? O que diria para ela se você estivesse ouvindo esta queixa, esta dor da sua amiga? Pense como se estivesse numa longa conversa com ela, ou até mesmo escrevendo uma carta para ajudá-la. O que conteria esta carta?

Pois bem, com estes dados em mãos, estude seu cenário. Estude também seu currículo e carreira até o momento.

Lhe dei bastante tarefa e uma última é pensar sobre sua carreira, o que você realmente deseja, qual é o propósito da sua vida? Se a fada madrinha viesse e te dissesse que você pode escolher o que quiser, como quiser e sem se preocupar com dinheiro, o que você escolheria fazer profissionalmente? Não vale dizer nada, risos.

Creia que você tem caminhos e não precisa ficar apegada à ideia de que só tem duas opções: sair ou ficar; na verdade, você tem um mundo de possibilidades, apenas não as está vendo agora.

Depois me conta mais, ok? Um forte abraço e sucesso.

Atenção!

Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.