O que pode causar fobia social?

No post anterior, falávamos sobre a fobia social ou ansiedade social, só que não falamos sobre suas possíveis causas, pois bem, vamos esclarecê-las então. Os pesquisadores deste transtorno apresentam algumas possibilidades que podem favorecer o surgimento da fobia social. Assim, embora o tema seja amplo, vamos ver as principais delas:

Podemos começar dizendo que como muitos outros problemas relacionados à saúde mental, a fobia social é resultado, provavelmente, de uma complexa interação entre meio ambiente e genes.

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Possíveis causas da fobia social:  


1ª Sobre o ponto de vista evolutivo, podemos entender a ansiedade social como sendo normal, pois ela foi herdada dos nossos antepassados e tinha a função de nos alertar quanto uma ameaça era iminente, um exemplo é o de quando uma grande parcela da população tem medo de falar em público.

2ª Outra perspectiva diz respeito à hereditariedade, estudos apontam que os transtornos de ansiedade, entre eles a fobia social, são comuns em pessoas de uma mesma família. Porém, não está claro se há mesmo uma relação direta entre a genética e esses distúrbios. Ou seja, filhos fóbicos podem ter pais fóbicos.

3ª Outro fator é em relação à estrutura cerebral, a amígdala cerebelar, uma importante estrutura do cérebro que tem participação importante na formação e controle das emoções humanas, entre elas o medo. As pessoas que têm a amgídala hiperativada poderão apresentar maior sensação de ansiedade e insegurança em momentos de socialização ou interação com o ambiente.

4ª Podemos pensar no meio ambiente, pois ao contrário de outras condições de saúde, acredita-se que a fobia social esteja mais relacionada a causas externas do que a causas genéticas. Por isso, é possível afirmar que o transtorno de ansiedade social pode ser um comportamento aprendido ao longo da vida através de experiências resultadas da interação com a escola, por exemplo.

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5ª Devemos considerar os estilos parentais, estudos apontam que os estilos de rejeição e de superproteção dos familiares são mais fortemente associados com a inibição social. Assim, o encorajamento dos pais na sociabilidade dos filhos pode gerar oportunidades para aquisição de habilidades sociais, expõe a criança a novas situações sociais e, consequentemente, promove a extinção de medos sociais.

A forma como se dá a socialização dos papéis sexuais também pode estar associada à fobia social. Por exemplo, espera-se que as meninas sejam mais tímidas que os meninos, assim os pais estão mais propensos a advertir seus filhos do que suas filhas por comportamento tímido e inibido. Assim, o temperamento mais tímido e contido está mais propenso a esse transtorno, principalmente se eles encontram dificuldades para enfrentar novas situações ou novas pessoas.

Ainda podemos associar o relacionamento com colegas, pois aqueles que sofrem provocações, como bullying, rejeição, ridicularização ou humilhação tendem a ser mais propensos a distúrbios de ansiedade social. Além disso, acontecimentos negativos e/ou traumáticos na vida da criança, como conflitos familiares ou abuso sexual, podem ser associados ao transtorno também.

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Para terminar, não poderíamos deixar de reafirmar que o tratamento médico e psicológico para fobia social é imprescindível para qualquer paciente, e que além da medicação feita por um psiquiatra, existem diversas formas de psicoterapia, sendo a mais estudada e com melhores resultados para a fobia social a Psicoterapia Cognitivo-comportamental. É um tipo de tratamento que costuma surtir significativo efeito na qualidade de vida das pessoas com fobia social, diminuindo seus sintomas.

Nessa terapia, o paciente aprende a reconhecer os pensamentos negativos que carrega consigo e, em seguida, mudá-los, desenvolvendo habilidades que o ajudem a ganhar confiança (principalmente em situações sociais). Associar um psicofármaco a psicoterapia, pode otimizar o tratamento desse transtorno que tem aumentado e causado grande sofrimento pessoal e social aos portadores.