Marido com dependência química? Saiba lidar lidar com a situação

por Danilo Baltieri

"Meu marido é dependente químico, esteve internado por quatro meses, estava limpo há 10 meses e voltou à ativa. Estou pensando em me separar e seguir minha vida, tenho duas filhas uma de 3 anos e outra de 3 meses. Ele não deixa faltar nada em casa, mas quando ele usa drogas, desaparece por dois ou três dias e sempre volta "arrependido".

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Resposta: Infelizmente, situações como essa são bastante comuns entre dependentes graves de substâncias. Devemos lembrar que a Síndrome de Dependência consiste em uma doença crônica, caracterizada por recaídas e lapsos.

O diagnóstico de dependência é para toda a vida, visto que não existe “cura” para esse tipo de problema.

Apesar das recaídas serem mais freqüentes durante os primeiros meses de tratamento, é comum presenciá-las entre dependentes abstinentes por décadas. Dessa forma, o paciente deve receber acompanhamento profissional durante meses e anos, dentro de um padrão de intensidade variável, dependendo do seu estado clínico.

Logo, o tratamento deve ser prolongado!

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Durante o tratamento inicial, o paciente é orientado, dentre outras coisas, a modificar o seu estilo de vida, evitar companheiros usuários de substâncias e bloquear vários comportamentos de risco. Este aprendizado deve ser respeitado durante toda a sua vida, sob pena de mostrar insucessos futuros.

O suporte familiar, como sempre reiteramos, é essencial durante todo o processo de tratamento do paciente. Uma única pessoa da família do dependente deve compartilhar o problema com outros membros familiares, para amenizar o sofrimento e otimizar as ações benéficas.

Acredito que você deve expor essa sua posição ao seu esposo, condicionando a manutenção do seu casamento à modificação do estilo de vida do mesmo. Isso, seguramente, será um vital reforçador para que ele tome uma decisão mais coerente e saudável, procurando tratamento mais adequado à sua doença. Além disso, o seu envolvimento ativo no tratamento do seu esposo poderá aumentar as chances de uma recuperação mais sólida do paciente e do seu casamento.

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"Namoro um rapaz de 26 anos há um ano e meio e na época que nos conhecemos, eu sabia que ele era usuário de drogas. Com o passar do tempo, ele foi deixando e atualmente me diz que não usa mais. Posso acreditar ou devo investigar se ele continua? Porque a minha família não o aceita por saber que ele já usou e ninguém acredita que ele tenha mudado."

Resposta: Não devemos discriminar por qualquer razão ou sob quaisquer pretextos quaisquer usuários de substâncias. Devemos tentar ajudá-los a recuperar-se e a integrar-se adequadamente ao meio social.

O “usuário” de substâncias deve receber tratamento adequado, para evitar complicações relacionadas ao seu comportamento lesivo.

É de suma importância que o “usuário” esteja envolvido em atividades saudáveis e produtivas, tais como trabalho, estudo, esportes, etc. com bom desempenho.

Os aspectos positivos e salutares da vida dele seguramente manterão o seu afastamento do consumo inadequado de substâncias.

Caso esse “usuário” seja um “dependente” de substâncias, ele deve estar inserido em alguma forma de tratamento: ambulatorial, grupos de mútua-ajuda, psicoterapias efetivas, psicofarmacológica. Um relacionamento amigável e confiável com os familiares dele ajudará ainda mais na manutenção da abstinência.

Quanto à sua decisão, é difícil tecer quaisquer comentários. Talvez, uma conversa com um profissional da saúde mental possa lhe ajudar imensamente.

Atenção!
As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psiquiatria e não se caracterizam como sendo um atendimento