Síndrome de fadiga crônica: cansaço inexplicável não é aliviado com repouso

por Joel Rennó Jr.

Uma das queixas mais frequentes em consultórios médicos é a de cansaço. Geralmente, são pacientes que já procuraram vários profissionais e não conseguem um diagnóstico preciso. Na maioria das vezes ocorre em mulheres. Muito diferente do cansaço habitual após grandes esforços físicos, como os feitos no Carnaval.

Continua após publicidade

Alguns relatam infecções três a seis meses antes, melhoram de todos os sintomas e permanecem cansados, outros começam a apresentar os sintomas lentamente.

Quando a fadiga tem causa inexplicável por um período de mais de seis meses e que não é aliviada com repouso devemos pensar na Síndrome da Fadiga Crônica (SFC) que atinge cerca de 4% da população. A incidência é maior no sexo feminino e entre 20 e 50 anos de idade. Muitos a confundem com depressão e fibromialgia.

Os critérios diagnósticos foram definidos em 1988 pelo Departamento de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos (CDC) e atualizados em 1994. Além da fadiga intensa, o paciente deve apresentar pelo menos quatro dos sintomas abaixo:

– Dor na garganta recorrente
– Gânglios no pescoço ou nas axilas
– Dor muscular
– Dor em múltiplas articulações
– Cefaléia
– Sono não restaurador
– Mal-estar após exercícios físicos
– Perda de memória e concentração

Continua após publicidade

O diagnóstico ainda é polêmico, muitos estudos ainda procuram conhecê-la melhor. De qualquer forma, pode representar uma quebra do equilíbrio normal de funcionamento do organismo, como por exemplo, ocorre no estresse. Pode sinalizar um desequilíbrio na relação harmônica mente-corpo.

Na avaliação inicial, uma ampla investigação clínica é fundamental. Doenças renais, cardíacas, hepáticas, anemia, câncer, desordens hormonais, obesidade severa, uso de álcool e drogas, distúrbios alimentares, depressão e efeitos colaterais dos medicamentos devem ser pensados sempre. O que sobra por exclusão deve ser denominado como SFC.

O tratamento envolve esclarecimento do paciente e familiares. O tratamento com medicamentos pode envolver analgésicos, antiinflamatórios e antidepressivos entre outros. O acompanhamento psicológico (cognitivo-comportamental) também é importante, além dos exercícios físicos aeróbicos programados.

Continua após publicidade