Estrabismo limita visão em 3D

Da Redação

O estrabismo, doença que no Brasil atinge de 2 a 5% das crianças, limita a visão em 3D, recurso que vem ganhando espaço no cinema, sobretudo na produção de filmes infantis. “O estrábico não consegue enxergar a mesma imagem com os dois olhos ao mesmo tempo e essa deficiência, o impede de ver em 3D”, explica a médica oftalmologista Mônica Cronemberger. 

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De acordo com a especialista, em uma pessoa sem problema de visão, imagens idênticas formam-se na retina de ambos os olhos e são transmitidas ao cérebro pelo nervo óptico, resultando em uma única imagem. “É o que chamamos de visão binocular, os dois olhos enxergam a mesma imagem ao mesmo tempo. É ela que permite a visão perfeita em profundidade ou em três dimensões”, acrescenta.

O estrabismo (quando um olho fica alinhado e o outro apresenta desvio) é mais frequente entre as crianças em fase pré-escolar. Contudo, pode se manifestar também em adultos portadores de diabetes, hipertensão, doenças neurológicas, doenças da tiroide, tumores cerebrais e outras causas que devem sempre ser bem investigadas.

Os desvios oculares se manifestam principalmente na infância. Por essa razão, os pais precisam ficar atentos aos primeiros sinais.

“Muitas vezes a criança não aparenta ter os olhos desalinhados, mas pode ter um pequeno estrabismo ou um estrabismo intermitente”, ressalta. Os principais sinais da doença são, ‘embaralhamento’ e ou ‘embaçamento’ visual, raramente visão dupla, inclinação da cabeça para ver, fechar um olho na claridade e piscar constantemente.

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À manifestação de qualquer desses sinais recomenda-se uma avaliação oftalmológica, pois o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível.

Os principais tratamentos do estrabismo incluem o uso de óculos, oclusão (tampão) e cirurgia. A oclusão apenas não cura o estrabismo, mas ajuda a igualar a capacidade de visão dos dois olhos das crianças. “O uso do tampão pelas crianças estrábicas é muito importante. A sua função é ocluir o olho que está enxergando melhor e forçar o ‘olho preguiçoso'.

Fonte: Mônica Cronemberger, oftalmologista e chefe do setor de Mobilidade Ocular do Departamento de Oftalmologia da UNIFESP.

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