Somos de religiões diferentes: como lidar com isso no relacionamento?

por Eduardo Yabusaki

A religião faz parte da vida de cada pessoa de acordo com o que ela viveu ao longo de sua história e certamente exercerá um papel importante na vida a dois. Portanto, é um assunto que exige reflexão e entendimento entre as partes.

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Entretanto, é um tema delicado, mesmo quando ambos seguem a mesma. Afinal, cada um tem sua vivência e significado para essa questão e, consequentemente, cada um valoriza e cria o espaço que considera importante e necessário em suas vidas. Isso pode ser diferente e provocar divergências; necessitando de entendimentos e ajustes entre o par. Quando as religiões são diferentes necessitam de uma atenção especial.

Mas como resolver situações do tipo: pressão da família dela(e), seja pelo término ou conversão para a mesma religião? Ou a expectativa dela(e) que a acompanhe nos cultos? Ou ainda como será a cerimônia quando for celebrada a união?

Estas questões não surgem num início de relacionamento, mas certamente com o passar do tempo e aprofundamento da relação, são questões que vêm à tona, e caso não venham, é importante levar em consideração e avaliar.

Quando a situação evolui para um relacionamento mais sério, é importante que o par avalie e considere quais são os desejos e expectativas no que se refere à religiosidade, para que tenham isso muito claramente definido e que possam lidar e enfrentar todo tipo de pressão que venha a existir: seja de familiares, amigos e mesmo da comunidade de cada um.

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É importante que o par certifique-se de suas convicções religiosas a dois. Afinal, podem concluir inclusive que desejam seguir um caminho diferente do até então trilhado. Cabe ao par decidir no que irão crer e por onde irão seguir, e assim fazer valer quando questionados. Caso contrário, não estabelecerão a autonomia do casal, ficando suscetível a influências e opiniões externas.

Lembrem-se de que a partir do momento que decidem ficar juntos, isso sempre deve prevalecer. Ou seja, as decisões, escolhas e buscas devem ser feitas juntos. As interferências e opiniões dos familiares de origem são importantes, porém não devem prevalecer aos desejos e vontades do casal.

O tema religião não deve ser tratado com indiferença, pois em algum momento será necessário refletir a respeito.

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Reflexões sobre religião: cuidados

1. Quando surgir o assunto que envolva a religião, procure não se abster, mas sim opinar e ouvir o que seu par fala e pensa a respeito.

2. Se observar pontos de divergência, não empurre para debaixo do tapete, questione, esmiúce, para não ficar sem entender. Tudo fica mais fácil quando bem entendido.

3. É preciso que haja um consenso entre as partes de como vão lidar com essa questão em caso de respeito à individualidade religiosa de cada um, ou seja, se cada um irá seguir sua orientação religiosa de origem, como irão conviver e se manifestar publicamente.

4. Caso tenham dificuldades em abordar ou chegar a um entendimento sobre esta questão, é importante que procurem ajuda profissional, um terapeuta de casal poderá ajudar.