Carga pesada de exercícios não é única causa da síndrome de overtraining

por Simone Sarti

A prática regular de exercícios físicos acarretam modificações fisiológicas benéficas ao organismo. Essas mudanças dependem do tipo de exercício e entre elas estão o aumento da força muscular, melhora no sistema cardiorespiratório, diminuição da frequência cardíaca de repouso, melhora na circulação, etc.

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Essas adaptações estão ligadas a uma menor incidência de doenças. Porém, se esses exercícios não forem bem orientados, planejados e adequados, podem provocar efeitos indesejáveis, como por exemplo, a síndrome do overtraining, cuja causa principal são os programas de treinamento mal planejados, com grande volume de exercícios, altas intensidades e sem um período suficiente de repouso.

Ou seja, um desequilíbrio entre treinamento e recuperação agravado geralmente por estresse psicológico, nutrição inadequada, fatores ambientais etc.

Observa-se mais em atletas, porém hoje em dia, a busca por resultados rápidos e objetivos estéticos, às vezes impossíveis, faz com que esportistas ou praticantes de academia exagerem nos exercícios, tornando-se vítimas da síndrome. Como é um desequilíbrio entre a prática e o repouso necessário para o corpo se recuperar, o overtraining varia de pessoa para pessoa. Não dá para determinar o quanto fazer, pois o que é muito para uma pessoa, pode não ser para outra, por causa das características individuais, nível de condição física, idade, entre outros e, principalmente, o estado geral de saúde do indivíduo.

Por isso mesmo, quando se treina em grupo (ciclistas, corredores), cada um deve ter sua planilha individual de treinamento. O principal sintoma é a queda do desempenho que pode chegar até a fadiga crônica, perda de peso, alterações do sono e humor, lesões e dores musculares, gripes e infecções do trato respiratório.

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Se diagnosticado, o tratamento é feito por meio da interrupção do treinamento, que pode durar semanas, ou até meses, e outros procedimentos conforme a gravidade e extensão dos danos físicos ou psicológicos encontrados. Portanto, o melhor a fazer é prevenir-se tomando os devidos cuidados na escolha do profissional que deverá orientá-lo, seja qual for o treinamento, pois o importante não é a quantidade, mas sim como praticar com qualidade, de acordo com suas reais necessidades e o equilíbrio entre treino, repouso e alimentação.