Feche suas gestalts abertas

por Leonel Vieira

Como fechar as gestalts abertas? Aquilo que nos dispersa, diminuindo nossa energia e produtividade? 

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O primeiro passo é sabermos quais são. Uma boa maneira de fazermos isto é relacionarmos num papel todos os sonhos, projetos, atividades que iniciamos ou pensamos em realizar e que nem abandonamos, nem nos organizamos de fato para realizá-los. Ou seja, tudo aquilo em que ficamos no “não chove, nem molha” em nossa vida.

O segundo passo é examinarmos estas gestalts abertas e darmos uma prioridade a cada uma: quais as mais urgentes (aquelas que têm que ser feitas o quanto antes)? Quais as mais importantes (aquelas coisas que, se bem realizadas, farão uma diferença substancial para nossa vida ou de pessoas que são importantes para nós)? Considerando a urgência e a importância, podemos dar uma prioridade a cada item que listamos, numerando-os em ordem crescente: 1 para o mais prioritário, 2 para o 2o em prioridade, 3 para o 3o e assim por diante.

O terceiro passo é fechar estas gestalts começando pela prioridade 1 e continuar até o último item da lista. Há quatro maneiras básicas para fazer isto:

1 – A primeira é a mais óbvia – concluirmos já a atividade iniciada, começarmos já a realizar o projeto ou o sonho. No exemplo da academia de ginástica, significa, em 1o lugar, fazermos, de preferência no mesmo dia, nossa reinscrição na academia de ginástica, com o compromisso firme (principalmente conosco mesmos) de iniciarmos e concluirmos um programa de ginástica que nos leve à boa forma com que sonhamos. Contudo, não basta apenas nosso compromisso, precisamos também nos organizar para que este compromisso realmente se realize: estabelecer horários e dias da semana em que freqüentaremos a academia. E começar…!

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2 – A segunda maneira é renunciarmos, clara e conscientemente, à realização da atividade ou projeto em aberto. Em outras palavras, colocarmos um ponto final, como se disséssemos para nós mesmos, com determinação – “este projeto ou sonho perdeu sua razão de ser (ou é inviável para mim), portanto renuncio a sua conclusão de maneira definitiva”. E tirarmos definitivamente esta idéia da cabeça. Por exemplo, uma casa de campo que sonhamos construir: podemos chegar à conclusão que diante de várias outras prioridades que temos na vida, não tem mais sentido este projeto – o custo de construir a casa de campo e o custo de mantê-la o torna inviável.

3 – A terceira maneira é programarmos, com data marcada, de maneira clara e consciente, comprometidos conosco mesmos, a realização da atividade ou projeto em aberto: “não posso realizar esta atividade ou projeto agora, mas me comprometo, comigo mesmo, a realizá-lo (ou iniciá-lo) na data X”. Todos sabemos o perigo de, na data X, “esquecermos”, ou não “termos tempo” para realizar nosso compromisso. Por isto, aqui também não basta apenas o compromisso, mas é preciso nos organizarmos desde já para que, na data X, possamos cumprir nosso compromisso.

4 – A quarta maneira é delegar, ou transferir para outro a realização da atividade ou projeto. A delegação bem sucedida engloba, de uma certa forma, as maneiras anteriores de fechar gestalts. Por exemplo, a arrumação do “quarto de despejo” (pode ser o sótão, ou o porão em nossa casa, no qual foi sendo despejado um monte de coisa, algumas que podem ser aproveitadas e outras para as quais o lixo é o melhor destino):

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– Precisamos estar comprometidos realmente em fazer esta arrumação, fechar esta gestalt. Caso contrário, delegar para alguém será apenas “passar o abacaxi”. No exemplo, é estarmos conscientes da urgência e importância de arrumação deste “quarto de despejo”, que já está atraindo baratas e outros insetos.

– E é claro, assegurar que a pessoa (uma empregada ou outra pessoa) para quem transferimos esta arrumação esteja igualmente comprometida em realizá-la da melhor forma possível.

– E organizar condições para que esta pessoa realmente cumpra seu compromisso, combinando, por exemplo, data e horário para esta arrumação e a conclusão, ajudantes (se for o caso) e o pagamento (se for uma diarista, por exemplo) ou recompensa pela realização bem- sucedida.

– Porém, é fundamental renunciar a realizar pessoalmente, senão ficaremos interferindo no trabalho da pessoa e perderemos o tempo que queríamos economizar. Contudo, o acompanhamento da realização, de tempos em tempos, é importante, para não haver surpresas.

À medida que fechamos nossas gestalts abertas, vamos nos sentindo mais livres e com mais energia e disposição. Tomar decisões fica cada vez mais fácil e as atividades se desenvolvem com maior fluidez e resultados. Arrumamos nossa bagunça, nosso “quarto de despejo” interior. E, assim, temos mais tempo disponível para o que é realmente urgente e importante em nossa vida.