Tipos de trombose, sintomas e causas

por Gilberto Coutinho

A trombose (Do gr. e lat. "thrombosis") consiste na formação de um ou de vários coágulos sanguíneos que acabam por afetar e comprometer a integridade do sistema circulatório. Tal afecção (doença) acomete, mais comumente, os vasos sanguíneos – as veias -; mas pode também afetar, no decorrer de certas doenças vasculares, as cavidades cardíacas.

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A trombose venosa, cuja localização é variável, traduz-se por flebite, no entanto é mais comum afetar os membros inferiores. As complicações mais preocupantes são:

– A embolia pulmonar, que pode causar a morte.
– A doença pós-flebítica, que pode ocasionar graves sequelas funcionais.
– E a trombose venosa cerebral.

O que é flebite?

A trombose pode acometer uma veia superficial situada logo abaixo da epiderme – pele -. Nesse caso, a afecção recebe a designação de tromboflebite superficial, ou simplesmente tromboflebite; ou, ainda, flebite. Quando o coágulo – trombo – acomete os vasos sanguíneos mais profundos, situados no interior de grupos musculares, designa-se trombose venosa profunda (TVP); ou o cérebro (trombose venosa cerebral).

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Como identificar o problema através de sinais e sintomas?

– Quando a trombose afeta as veias superficiais: provoca, na região afetada, aumento da temperatura, dor, vermelhidão e inchaço (edema). Ao se apalpar a pele, pode-se perceber certo endurecimento dos tecidos no trajeto da veia acometida.

– Quando afeta as veias mais profundas: dor e edema acometem apenas um dos membros inferiores. O edema pode manifestar-se na virilha, coxa, perna e no pé.

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– Insuficiência venosa crônica.

– Trombose venosa cerebral – forma rara de acidente vascular cerebral (AVC), podendo ser muito grave, dependendo do local e da extensão atingida no cérebro. Os sintomas podem variar de acordo com a região afetada: forte dor de cabeça (diferente da cefaleia, pois a dor não passa, mesmo com o repouso num leito escuro), inchaço da face e pescoço, vômitos, diminuição do campo visual, escurecimento da região inferior dos olhos, convulsões, rebaixamento do nível de consciência e sonolência.

Atenção: Ao se identificar a presença de tais sinais e sintomas, deve-se procurar auxílio médico especializado o mais rápido possível (angiologista, ou, na suspeita de trombose venosa cerebral, um neurologista). Juntamente com outros cuidados médicos convencionais, a naturopatia pode ser de grande valia na prevenção e no combate desde mal.

Quais os fatores que mais contribuem para o surgimento da trombose?

Hereditariedade – histórico clínico da doença na família.

Sedentarismo.

Estase – lentidão ou parada da circulação sanguínea. A trombose decorrente da estase, com maior frequência nos membros inferiores, pode manifestar-se durante um período prolongado de inatividade, tal como permanecer sentado por muitas horas (viagens de avião ou automóvel), em pessoas acamadas, em cirurgias prolongadas, na dificuldade de caminhar, nos quadros de obesidade etc.

Traumatismo – qualquer acidente ou fator que afete as camadas de revestimento das veias e a sua integridade, tais como: varizes, veias varicosas, medicação intravenosa, cateterismo, histórico de trombose, infecções, etc.

Hipercoagulação – pode ocorrer durante a gravidez, nas cinco primeiras semanas do pós-parto, com o uso de anticoncepcionais orais, com o uso excessivo de hormônios (estrógeno e progesterona, por exemplo, necessários para os procedimentos de fertilização in vitro), em portadores de trombofilia – estado caracterizado por uma tendência do sangue em se coagular e cujas causas podem ser diversas – etc.

Hábitos dietéticos errôneos – devem-se combater os hábitos dietéticos errôneos (alimentos com alto teor de gordura saturada, frituras e bebidas alcoólicas) e adotar-se uma dieta saudável e bem balanceada, rica em vegetais, carboidratos complexos, frutas e fibras. Alimentos ricos em proantocianidinas e antocianidinas, como amoras, cerejas, amoras azuis, casca de jabuticaba, etc., fazem bem à saúde e auxiliam na manutenção da integridade dos vasos sanguíneos.

Alimentos que podem desestimular a formação de coágulos sanguíneos: óleo de fígado de bacalhau (impede a formação de coágulos e os dissolve), alho amassado, cebola, pimenta vermelha, cogumelo preto, gengibre, cravo, vegetais, azeite de oliva extravirgem, frutos do mar, peixes gordos, chá verde e suco natural e integral de uva (sem fermentação alcoólica, adição de açúcar e aditivos químicos). A ingestão diária de um cálice do suco integral e orgânico (não alcoólico) de uva promove atividades antitrombóticas, ou seja, previne a formação de coágulos no sangue. A suplementação nutricional de vitamina E é recomendada no combate da tromboflebite, pois evita a agregação e a adesividade plaquetária e, consequentemente, a formação de coágulos.

Desidratação – ingestão deficiente de água durante o dia. A água pura e fresca é o melhor remédio para tornar o sangue mais fluídico e assim prevenir e combater a formação de trombos. Uma pessoa adulta deve consumir, aos poucos, cerca de 2 litros e 400 ml de água ao longo do dia para manter o balanço hídrico adequado e, assim, evitar a desidratação e a sobrecarga do organismo. Uma adequada orientação médica ou terapêutica não desconsidera essa recomendação.

Atenção: Não basta somente fazer-se o uso de aspirina infantil ou evitarem-se vegetais ricos em vitamina K (couve-flor, chá verde, espinafre, brócolis, alface, couve, fígado, agrião, aspargo, feijão, queijo, trigo integral, ovos, morangos, pêssegos e arroz). Tal vitamina é essencial ao mecanismo de coagulação sanguínea.

O diagnóstico da tromboflebite superficial pode ser concluído apenas pela análise dos sintomas relatados e da observação dos sinais (exame da veia afetada sob a pele).

Já a trombose venosa profunda requererá exames complementares especiais, tais como: o Eco Color Doppler ou a flebografia (venografia) e/ou, até mesmo, exame de sangue com dosagem plasmática do teste Dímero D (cuja substância encontra-se em níveis elevados num quadro de trombose aguda).

Raramente a tromboflebite superficial ocasiona graves complicações. Na maioria das vezes, as veias acometidas podem ser removidas cirurgicamente, eliminando-se as chances de maiores complicações futuras. Mas, se a trombose afeta uma veia profunda, o risco do agravamento do quadro pode ser bem maior.