Jovens com ideias suicidas devem procurar ajuda especializada

por Rosemeire Zago

"O que fazer quando vier ideias suicidas?"

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Resposta: Primeiro de tudo, deve-se procurar alguém em condições de ajudar efetivamente, preferencialmente um profissional.

É difícil por vezes aceitar, mas há ideias suicidas não só em adultos, mas também entre os adolescentes e também em crianças. O que pode mudar é a causa do desejo de acabar com a própria vida de acordo com a faixa etária.

A crença antiga e popular de quem quer se matar não avisa, não é realidade. Tanto que há estudos que dizem que algum tipo de comunicação precede 80% das tentativas de suicídio ou suicídios concretizados. Os sinais podem ser os mais variados, entre os adolescentes é comum, por exemplo, sentimento de culpa por sua simples existência, sentir-se como se fosse um "fardo para seus pais, para outras pessoas…"

Costuma ainda comunicar para pessoas de sua intimidade que "sua vida não tem sentido e que a sua morte seria um alívio para todos" e coisas assim. Devemos lembrar ainda que não é apenas ao suicídio clássico que o adolescente recorre. Muitas vezes pode tentar suicídio de forma indireta e inconsciente, dirigindo de maneira imprudente, envolvendo-se em acidentes facilmente evitáveis, abusando de drogas e álcool, lidando insensatamente com armas de fogo, enfim, facilitando para que o acaso possa acabar com sua vida.

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O assunto é muito sério. Segundo dados do Ministério da Saúde, o suicídio é a quinta causa de morte na faixa etária entre 15 a 25 anos.

O Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) informa que o índice de suicídios, independente da faixa etária, subiu 59% entre 1990 e 1994, superando os de morte no trânsito (17%) e homicídios (55%).

Por isso, se conhecer alguém que manifesta a intenção ou idéia de suicídio, incentive ou leve a pessoa a buscar ajuda, pois é grande o número daqueles que acabam cumprindo esse propósito. E se você já pensou ou pensa ser essa a única maneira de acabar com seu sofrimento, procure ajuda urgente.

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Tenho baixa auto-estima e penso em suicídio
Sou estudante de psicologia e estou com vários problemas na área afetiva com relação a namoro. Tenho auto-estima muito baixa e já até pensei em suicídio. Sou vítima de chacotas por não apresentar um estereótipo padrão

Resposta: Você diz estar com problemas com relação a namoro e que sua auto-estima está muito baixa, isso ocorre quando a pessoa não tem consciência de seu valor pessoal, o que pode acontecer por diversos motivos, entre eles não se considerar dentro dos padrões tidos como "aceitos", como o citado acima por você.

Não sei sua idade, mas é muito comum adolescentes buscarem um padrão de beleza baseado no que os outros ou a mídia consideram belo, pois em geral, é uma idade de muitas incertezas e há a necessidade de aprovação do grupo de amigos. Mas o que é ser belo para você?

Quando nos sentimos menos e inferior aos demais, tendemos a buscar ainda mais a opinião e aprovação das pessoas e quanto menos a conseguimos, pior nos sentimos. É quando surgem os conflitos e até a idéia de suicídio como você conta, talvez acreditando que assim se livrará de seu sofrimento. Mas se chegou até aqui, acredito que você queira ajuda. Para que possa elevar sua auto-estima, é importante que comece a perceber suas qualidades e comece amar a pessoa que você é, procurando se libertar cada vez mais da opinião das outras pessoas. Sei que não é uma atitude fácil, mas é possível.

Diante de seus sentimentos é indicado que você busque ajuda sim, seja de uma pessoa que você confie muito, de preferência com mais idade e experiência que você, ou de um profissional, no caso psicólogo(a), para que possa te orientar de maneira adequada. Lembrando que nossa orientação no site não substitui de modo algum o atendimento pessoal com um profissional, pois é imprescindível a continuidade do trabalho. Por isso, não pare por aqui, vá buscar ajuda de alguém que possa te acompanhar mais de perto e com certeza logo você conseguirá superar todo esse sofrimento e acreditar cada vez mais em si mesmo.

Atenção!
As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psicologia e não se caracterizam como sendo um atendimento